02 nov, 2021 - 20:33 • Redação com Lusa
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou esta terça-feira que o mundo "tem muito por fazer" em matéria de combate às alterações climáticas e deixou críticas à ausência da China da cimeira de Glasgow.
Assumindo a liderança “criticamente importante” dos Estados Unidos, na era pós-Trump, Biden classificou a falta de comparência de Xi Jinping como “um grande erro”, uma vez que a China é responsável por 28% das emissões de gases com efeito de estufa.
“Nós aparecemos, e ao aparecermos tivemos um impacto profundo na forma como o resto do mundo olha para os Estados Unidos e para o seu papel de liderança”, referiu o Presidente norte-americano, respondendo a uma pergunta sobre o papel de países que são grandes poluentes, como a Arábia Saudita, a China ou a Rússia na Cimeira do Clima.
"Não vieram? Venham", insistiu o Joe Biden.
“É um problema gigante e eles fugiram. Como podem fazer isso e reclamar um papel de liderança?”, rematou.
Para Joe Biden, ao não comparecer nas cimeiras do G20, em Roma, e da COP26, em Glasgow, o Presidente chinês "perdeu a oportunidade de influenciar as pessoas em todo o mundo".
Francisco enviou mensagem aos participantes da Cim(...)
Xi Jinping enviou uma mensagem escrita, publicada no ‘site’ na Internet da COP26, não havendo previsão de intervir por videoconferência ou mensagem de vídeo para os chefes de Estado e de Governo.
“O mesmo se aplica a Vladimir Putin”, reforçou Joe Biden, referindo-se ao Presidente da Rússia, que também não compareceu as reuniões de Roma e Glasgow.
Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na COP26 para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.