05 nov, 2021 - 00:48 • Lusa
A Guarda Costeira de Itália indicou esta quinta-feira ter resgatado 194 migrantes que navegavam em duas embarcações no mar Mediterrâneo, numa zona a sul da costa italiana da Calábria.
Num comunicado, as forças policiais italianas adiantaram que as operações decorreram na noite de quarta-feira para quinta-feira.
A primeira operação permitiu resgatar 74 migrantes, entre eles 11 mulheres e 15 menores. Na segunda foram socorridos outros 120. Neste caso, a Guarda Costeira não especificou o número de mulheres e de menores.
Segundo dados divulgados pelo Ministério do Interior italiano, desde o início do ano as autoridades locais contabilizaram 54.384 migrantes a chegarem a Itália, quase o dobro dos 29.569 que o fizeram no mesmo período do ano anterior.
Paralelamente, cerca de 800 migrantes estão no Mediterrâneo a bordo do navio humanitário 'Sea-Eye 4', à espera de um porto para desembarque, após terem sido resgatados nas últimas 48 horas. O navio estava a dirigir-se para a ilha italiana de Lampedusa, sem garantidas de conseguir atracar.
O 'Sea-Eye 4', apoiado pelo navio 'Rise Above' da organização Lifeline, ajudou, na quarta-feira, 397 pessoas em perigo no Mediterrâneo ao longo de seis operações, de acordo com um comunicado da ONG alemã.
Um novo resgate realizou-se depois para ajudar outras 400 pessoas que estavam numa embarcação de madeira prestes a afundar-se, acrescentou a organização.
As equipas de resgate de Malta, que estavam perto da área, "não responderam a nenhum dos pedidos de ajuda", forçando os dois navios das ONG a resgatar os migrantes, acusou a Sea-Eye, classificando a atitude das autoridades maltesas como "vergonhosa".
"Agora vamos enfrentar uma situação muito preocupante: a embarcação de resgate precisa da atribuição rápida de um porto seguro", alertou.
"Qualquer atraso por parte das autoridades põe em risco a saúde e a vida das pessoas resgatadas e da nossa tripulação", reforçou o representante.
Outra ONG, a SOS-Méditerranée, que tem destacado na mesma zona o navio de resgate 'Ocean Viking', forneceu, entretanto, alimentos ao 'Sea-Eye 4', indicou a organização francesa.
A Itália é um dos principais pontos de entrada na Europa para os migrantes do norte de África, principalmente da Tunísia e da Líbia, de onde, a cada ano, têm partido vagas cada vez maiores de migrantes.