09 nov, 2021 - 09:30 • Olímpia Mairos
Portugal subiu um lugar em relação a 2020 no Índice de Desempenho das Alterações Climáticas continuando no grupo dos países com elevado desempenho no CCPI deste ano, encontrando-se agora na 16.ª posição.
O Índice de Desempenho em Alterações Climáticas 2021 ("Climate Change Performance Índex", CCPI na sigla original) é uma análise comparada da proteção do clima em 62 países (mais a União Europeia), que representam 92% das emissões globais de gases com efeito de estufa, e é da responsabilidade de duas organizações internacionais, "Germanwatch" e "NewClimate Institute".
O índice atual analisa as emissões antes da crise do coronavírus, mas não reflete a redução de emissões durante a pandemia.
As associações ambientalistas Zero, Quercus e ANP/WWF
Portugal, que contribuíram para a elaboração do perfil de Portugal no índice, agora
na 16.ª posição, assinalam que o país continua a ter um desempenho
"alto" e por isso pode e deve fazer mais e melhor.
Na análise à classificação portuguesa, é referido que as emissões per capita (excluindo florestas e uso do solo), assim como o uso de energia per capita, ainda estão a aumentar, enquanto a parcela de energia renovável no uso de energia tem vindo a aumentar menos, o que levou a classificações baixas nos respetivos indicadores de tendência (2014-2019).
De acordo com a legislação climática da União Europeia, o bloco deve atingir emissões líquidas zero até 2050. E os especialistas do CCPI são críticos a este respeito no que toca a Portugal, observando que a neutralidade climática deveria ser definida em políticas ou metas setoriais (por exemplo, agricultura e transportes).
Os especialistas e as associações a que pertencem exigem também prazos concretos para eliminação gradual dos subsídios aos combustíveis fósseis – cujo fim, entretanto, está previsto até 2030 na recentemente aprovada Lei do Clima –, sugerindo que Portugal deva ter como objetivo a neutralidade climática antes de 2050 – possibilidade também prevista na Lei do Clima.
Portugal, comparativamente com Espanha, está 18 lugares à frente, e seis lugares acima da União Europeia (como um todo).
No documento das organizações internacionais, os países escandinavos surgem como aqueles que estão a liderar o caminho de proteção do clima, juntamente com Marrocos e o Reino Unido.
Os líderes Dinamarca, Suécia e Noruega ocupam respetivamente as posições quatro a seis no novo Índice de Desempenho em Alterações Climáticas (CCPI - Climate Change Performance Index) 2022, apresentado esta terça-feira, em Glasgow.
O pódio permanece sem ninguém porque, até agora, as medidas de nenhum país foram suficientes para alcançar uma classificação geral “muito alta”; ou seja, nenhum país adotou o caminho necessário para manter o aquecimento global dentro do limite de 1,5°C.
Canadá, Irão, Arábia Saudita e Cazaquistão estão nas últimas posições de uma lista de 60 países mais a União Europeia avaliada em bloco, que aparece em 22.º lugar com um desempenho "médio".
Onze países dos 20 com as maiores economias - que são responsáveis por 75% das emissões poluentes mundiais - têm um desempenho "baixo" ou "muito baixo" de acordo com o índice.
No parâmetro das emissões, o Reino Unido surge no topo e o Irão em último lugar, já no que toca às energias renováveis a Noruega está em primeiro lugar e o Irão tem o pior desempenho.
Na avaliação ao uso energético, a Ucrânia é a mais bem cotada e o Canadá o pior. Quanto às políticas climáticas, o índice é encabeçado pelo Luxemburgo e a Austrália surge no último lugar.
[Notícia atualizada às 10h46]