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Construção do maior telescópio da NASA conta com engenheiros portugueses

10 nov, 2021 - 07:36 • Lusa

O grupo têm a seu cargo os testes elétricos e de radiofrequência (antenas), o abastecimento do tanque de combustível e as respetivas operações de pressurização, bem como a integração final do lançador.

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Um grupo português na área da engenharia está a participar no projeto do maior telescópio espacial da agência espacial norte-americana (NASA), o James Webb Space Telescope (JWST), que está programado para ser lançado em 17 de dezembro.

"O JWST é considerado o telescópio espacial mais poderoso já construído e Portugal, através do ISQ, está a dar apoio a esta arrojada missão espacial da NASA", pode ler-se num comunicado, ao qual a agência Lusa teve acesso.

É o sucessor do telescópio Hubble e deverá ser lançado em 17 de dezembro a bordo do foguetão Ariane 5, no Centro Espacial da Guiana, da Agência Espacial Europeia (ESA), perto de Kourou, na Guiana Francesa.

"O ISQ, através da sua presença na ESQS (Europe Spatial Qualité Sécurité) está envolvido na missão do Webb Space Telescope a acompanhar a segurança das operações, através da verificação - do ponto de vista da salvaguarda e proteção do meio ambiente - da conformidade do satélite (incluindo procedimentos operacionais) com os regulamentos, dos estudos de segurança e licenças de operação, fornecendo ainda o suporte para o desenrolar das operações de preparação final antes do lançamento", explica o presidente do ISQ, Pedro Matias, citado no comunicado.

Os engenheiros portugueses têm a seu cargo os testes elétricos e de radiofrequência (antenas), o abastecimento do tanque de combustível e as respetivas operações de pressurização, bem como a integração final do lançador.

Segundo Pedro Matias, a experiência do ISQ na aérea aeroespacial "já vem de longa data".

"Prestamos serviços de Quality Assurance/Quality Control (QA/QC) no Centro Espacial Europeu (CSG), na Guiana Francesa, há quase duas décadas, com uma equipa magnífica e de excelentes colaboradores que está permanentemente na base aeroespacial em Kouru. Também trabalhamos ao nível da qualidade operacional (qualidade a bordo e qualidade no solo) dos sistemas de lançamento Ariane 5, Soyuz e Veja", lembrou.

O James Webb Space Telescope, segundo o ISQ, é "mais um passo de gigante em termos de observação do cosmos".

Com um espelho seis vezes maior do que o do Hubble e um protetor solar do tamanho de um campo de ténis, o JWST "vai mais longe no estudo das origens do universo e deverá observar a formação das primeiras galáxias, estudar a sua evolução, ver a produção dos elementos pelas estrelas e acompanhar os processos de formação das estrelas e dos planetas".

Portugal aposta na indústria aeroespacial

O JWST deverá concentrar-se na primeira luz no universo (luz das primeiras estrelas), na formação de galáxias no início do universo, no nascimento de estrelas, sistemas protoplanetários e planetas (incluindo as origens da vida).

"Portugal tem vindo cada vez mais a apostar na indústria aeroespacial e felizmente temos hoje várias empresas de relevo a trabalhar nesta área e que são reconhecidas a nível internacional", observou Pedro Matias.

O presidente do ISQ adiantou ainda que espera que o setor aeroespacial seja considerado estratégico no quadro de Portugal 2030, lembrando que o Governo português tem vindo "a considerar esta área como uma área de futuro".

"[...] Temos todas as condições para que, a médio prazo, Portugal se afirme como uma referência em determinados componentes do cluster aeroespacial", acrescentou.

O James Webb Space Telescope vai detetar a luz da primeira geração de estrelas e galáxias que se formaram no início do universo e estudará a atmosfera de exoplanetas habitáveis, orbitando o sol, a 1,5 milhões de quilómetros de distância da Terra, no que é chamado de segundo ponto de Lagrange ou L2.

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