13 nov, 2021 - 10:31 • José Pedro Frazão , enviado especial ao COP 26
O projeto de conclusões da Conferencia do Clima em Glasgow apela à duplicação de verbas em 4 anos para os países pobres lidarem com as alterações climáticas. São verbas para a chamada “adaptação” e devem multiplicar por dois as provisões financeiras de 2019 até 2025. A linguagem jurídica dos textos da ONU implica que este é um forte apelo mas não uma decisão firmada.
No mesmo artigo sugere-se que estes fundos sejam divididos de forma equilibrada pelas ações de adaptação e de mitigação (nome técnico dado aos esforços de redução de emissões).
Ficam prometidas reuniões de alto nível ao longo nos próximos cinco anos para tratar do financiamento climático. A base mínima continua a ser uma meta falhada até aqui – 100 mil milhões de dólares por ano – prevista inicialmente até 2020 e nunca cumprida na totalidade.
Nos próximos dois anos vai ser lançado um processo negocial específico pra encontrar uma meta global sobre adaptação. Chama-se Programa de Trabalho Glasgow-Sharm-El-Sheik, numa referência à COP27 que vai realizar-se no Egipto em 2022.
O texto ficou inalterado nos lamentos inscritos nos rascunhos anteriores. Os cortes de emissões de gases com efeito de estufa mantêm-se insuficientes para cumprir as metas do Acordo de Paris e a aposta vai para a revisão mais cedo que o previsto desses cortes propostos pelos países, a começar já no final de 2022, quando estava prevista para 2025, nos termos do Acordo de Paris.
Foi ainda publicado uma proposta técnica de regulamentação do artigo 6 do Acordo de Paris para a criação dos mercados de carbono, que será agora analisada pelos especialistas.
Estas propostas vão a plenário ao meio-dia para uma primeira análise dos países membros. Dependendo dessa primeira avaliação, será decidida ou não a continuação de negociações antes de um plenário final que ponha o carimbo final nestes documentos.