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Agência Europeia do Ambiente

Quase cinco mil portugueses morreram prematuramente devido à poluição atmosférica

15 nov, 2021 - 19:19 • Lusa

De acordo com dados de 2019 da Agência Europeia do Ambiente, a exposição às partículas finas foi responsável pela morte prematura de 364.200 pessoas na União Europeia, dessas 4.900 ocorreram em Portugal. Comissão Europeia já anunciou que vai processar Portugal por causa da má qualidade do ar.

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A poluição atmosférica causou em 2019 a morte prematura de 364.200 pessoas na União Europeia, estima a Agência Europeia do Ambiente (AEA), segundo a qual em Portugal nesse ano só a exposição a partículas finas provocou 4.900 mortes prematuras.

Num relatório divulgado esta segunda-feira na página da AEA indica-se que as mortes prematuras devido à poluição atmosférica têm vindo a descer (especialmente relacionadas com o dióxido de azoto) mas acrescenta-se que a “poluição atmosférica continuou a levar a uma carga significativa de mortes prematuras e doenças nos 27 Estados-membros da União Europeia” (UE).

De acordo com o documento, no ano em análise (2019) a exposição a partículas finas (partículas poluentes em suspensão) provocou 307.000 mortes prematuras na UE, 40.400 mortes foram atribuídas à exposição crónica ao dióxido de azoto, e 16.800 mortes prematuras à exposição aguda ao ozono.

Muitas destas mortes, considera a AEA, podiam ser evitadas se os Estados cumprissem as normas de qualidade do ar da UE e os valores de referência da Organização Mundial de Saúde (OMS). Em Portugal, estima-se no relatório, seriam poupadas 1.900 mortes prematuras se fossem cumpridos os valores da OMS.

As doenças cardíacas e os acidentes vasculares cerebrais são as razões mais comuns de mortes prematuras atribuíveis à poluição do ar, seguidas das doenças pulmonares e do cancro do pulmão.

A UE tem como meta reduzir o número de mortes prematuras devidas à exposição a partículas finas em 55% até 2030, em comparação com os valores de 2005. Assim, de 456.000 mortes atribuíveis a partículas finas, em 2005, seria o equivalente a reduzir o número de mortes prematuras para 250.800.

Comparando com 2005, em 2019 as mortes prematuras atribuíveis à exposição a partículas finas diminuíram em 33% nos 27 Estados da UE.

A AEA diz no documento que se esta taxa de redução se mantiver no futuro espera-se que a UE atinja a meta do Plano de Ação de Poluição Zero (com especial ênfase nas partículas finas).

As novas diretrizes da OMS sobre a qualidade do ar foram publicadas este ano e as normas da UE, baseadas nas antigas diretrizes da OMS, são menos exigentes. A UE já iniciou a revisão das diretivas de qualidade do ar, para as alinhar com as novas recomendações da OMS.

A AEA considera que para cumprir a meta para 2030 é preciso que os Estados implementem plenamente os seus programas nacionais de controlo de poluição atmosférica. E alerta para os desafios acrescidos relacionados com as tendências de envelhecimento e urbanização da população europeia. Porque pessoas mais idosas são mais sensíveis à poluição atmosférica, e nas cidades as pessoas estão mais expostas a concentrações de partículas finas.

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