08 dez, 2021 - 16:30 • Lusa
O Presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, considera que o novo chanceler alemão, Olaf Scholz, formalmente empossado ao início da tarde desta quarta-feira, tem a "grande responsabilidade" de combater a pandemia de Covid-19 no país.
"Não deixe que a pandemia nos divida de forma duradoura”, pediu Steinmeier ao sucessor de Angela Merkel e aos seus ministros, num contexto de mobilização contra a obrigação da vacina, que deve entrar em vigor em fevereiro ou março de 2022.
O Presidente alemão, autoridade moral na Alemanha, recebeu Scholz esta quarta-feira, logo após ter sido formalmente eleito como novo chanceler, bem como a nova equipa ministerial.
“Sei que vocês, no novo governo federal, levam a sério a grande responsabilidade que agora pesa sobre os vossos ombros [na luta contra a Covid-19]. Nesta situação de emergência, é fundamental não ouvir os mais ruidosos, mas garantir que as garras da pandemia não nos afetem por mais um ano e que a vida pública possa voltar a ser um dado adquirido”, declarou Steinmeier.
Para o chefe de Estado alemão, a Alemanha deve agora “unir-se” para ultrapassar a quarta onda da pandemia e evitar uma eventual quinta vaga.
“É precisamente nesta situação tensa que os bons argumentos devem falar, não o desprezo, não a raiva e ainda menos o ódio”, frisou Steinmeier.
Nas últimas semanas foram organizadas várias manifestações contra a obrigação da vacinação, algumas delas sem autorização da polícia, lideradas nalguns casos pela extrema-direita.
Na sexta-feira passada, várias dezenas de opositores às restrições e de negacionistas reuniram-se em frente à casa de uma autoridade regional com tochas e apitos, provocando indignação na classe política.
Na Alemanha, a incidência acumulada a sete dias voltou a cair esta quarta-feira, após registar máximos dia após dia em novembro. O número de mortos, num total de 527, subiu para os níveis de fevereiro.
A incidência é de 427 novas infeções por 100 mil habitantes em sete dias, contra 432,2 na terça-feira, 442,9 na semana anterior e 201,1 no mês anterior, segundo os últimos dados do Instituto Robert Koch (RKI).
Porém, o Instituto tinha alertado que essa desaceleração, pelo menos em número, poderia refletir, mais do que uma mudança na dinâmica da transmissão, a saturação crescente da saúde pública e dos laboratórios e a consequente dificuldade em notificar imediatamente novas infeções.