09 dez, 2021 - 01:26 • Lusa
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A Covid-19 constituiu a pior crise a que a Unicef assistiu nos seus 75 anos de história, remetendo mais de 100 milhões de crianças para a pobreza, divulga a agência das Nações Unidas para a Infância.
O relatório "Prevenir uma década perdida: Ação urgente para inverter o impacto devastador da covid-19 nas crianças e jovens", adianta que a pandemia afetou as crianças "numa escala sem precedentes", ameaçando-as "a níveis nunca antes vistos".
Segundo o documento da Unicef, mais de 100 milhões de crianças vivem atualmente em pobreza devido à pandemia, o que representa um aumento de 10% relativamente a 2019.
O número "corresponde a aproximadamente 1,8 crianças por segundo desde meados de março de 2020", refere a organização, alertando também para o longo caminho de recuperação.
"Mesmo no melhor dos cenários, serão necessários sete a oito anos para recuperar e regressar aos níveis de pobreza infantil pré-covid-19", estima a Unicef.
Em comunicado, a diretora-executiva da Unicef, Henrietta Forre afirma: "Ao longo da nossa história, a Unicef ajudou a moldar ambientes mais saudáveis e seguros para as crianças em todo o mundo, com resultados significativos para milhões delas. Estes ganhos estão agora em risco", alerta.
O cenário leva a Unicef a apelar a um investimento na proteção social e ao fim da pandemia e inversão do retrocesso na saúde e nutrição infantis, "aproveitando o papel vital" da organização na distribuição da vacina anti-covid-19, assim como a um reforço da educação de qualidade, proteção e saúde mental das crianças.