09 dez, 2021 - 02:49 • Lusa
O Presidente do Burkina Faso, Roch Marc Christian Kaboré, aceitou hoje o pedido de demissão do seu primeiro-ministro, Christophe Marie Joseph Dabiré, e que implica automaticamente a renúncia do conjunto do Governo.
“O Presidente do Faso […] atendendo à carta de demissão […] de 08 de dezembro de 2021 decreta: O fim das funções do primeiro-ministro Christophe Marie Joseph Dabiré”, declarou na televisão pública o secretário-geral do Governo, Stéphane Wenceslas Sanou, ao revelar o decreto presidencial.
Esta demissão do primeiro-ministro implica a demissão automática do conjunto do Governo, de acordo com a legislação em vigor no país africano.
Na chefia do Executivo desde janeiro de 2019, Christophe Dabiré, antigo comissário responsável pelo comércio, concorrência e cooperação da União económica e monetária da África ocidental (Uemoa), foi reconduzido em janeiro de 2021, após a reeleição de Kaboré para o seu segundo e último mandato.
Em 26 de novembro, na véspera de uma manifestação para denunciar “a incapacidade” das autoridades em enfrentarem as violências ‘jihadistas’ que, desde 2015, provocaram cerca de 2.000 mortos e 1,4 milhões de deslocados, o Presidente Kaboré anunciou novas medidas, ao sublinhar “a necessidade de constituir, no plano governamental, uma equipa necessária mais coesa”.
O Burkina Faso enfrenta, desde 2015, uma espiral de ações violentas que são atribuídas a grupos armados ‘jihadistas’, com ligações à Al-Qaida e ao Estado
Islâmico.
Os ataques, dirigidos contra civis e militares, têm aumentado e concentram-se sobretudo no norte e leste do país, junto às fronteiras com o Mali e Níger.