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O clima influencia a segurança no mundo? Rússia veta resolução da ONU

13 dez, 2021 - 17:24 • Lusa

O projeto foi proposto pelo Níger e pela Irlanda, cuja embaixadora considera ser necessário "compreender melhor essa ligação" entre clima e segurança "e analisá-la globalmente".

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A Rússia vetou nesta segunda-feira, no Conselho de Segurança da ONU, um projeto de resolução do Níger e da Irlanda que estabelecia uma ligação genérica entre aquecimento global e segurança no mundo, apoiado pela maioria dos membros da organização.

O texto, que mereceu o voto favorável de 12 dos 15 membros do Conselho de Segurança, pedia ao secretário-geral da ONU, António Guterres, para "incluir os riscos de segurança relacionados com o clima como elemento central nas estratégias globais de prevenção de conflitos das Nações Unidas".

A Índia, sem direito de veto (por não ser membro permanente daquele órgão), também votou contra, considerando que o aquecimento global não está ligado a um problema de segurança internacional, mas de desenvolvimento económico. A China (que tem direito de veto) absteve-se.

A resolução exigia também ao dirigente máximo da ONU um relatório dentro de dois anos "sobre as implicações para a segurança (...) dos efeitos nefastos das alterações climáticas" nas questões geridas pelo Conselho de Segurança e recomendações sobre a forma como tais riscos podem ser abordados.

Um pedido para nomear um enviado específico para essa matéria foi retirado à última hora pelos redatores do texto, para aumentar as hipóteses da sua aceitação por Moscovo.

"Incompreensível"

Para vários diplomatas que se manifestaram a coberto do anonimato, a oposição da Rússia é incompreensível perante "uma resolução que não era revolucionária", precisou um deles.

A embaixadora da Irlanda na ONU, Geraldine Byrne Nason, tinha sublinhado, antes da votação desta segunda-feira, que o projeto de resolução era "um primeiro passo modesto".

"Precisamos de compreender melhor essa ligação" entre clima e segurança "e devemos analisá-la globalmente", defendeu.

O seu homólogo do Níger, Abdu Abarry, condenou, após a votação, "a miopia" dos opositores ao texto proposto.

No Conselho de Segurança, onde os Estados Unidos mostraram até agora, sob a administração Biden, pouca iniciativa e contraposição à Rússia, Moscovo conduz "a dança", utilizando frequentemente e sem complacência o seu direito de veto, refere a AFP.

A Rússia tem sido seguida da China em múltiplas questões, tais como Etiópia, Líbia, Sudão, República Centro-Africana, Mali, Bósnia, entre outras.

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