20 dez, 2021 - 13:33 • Ricardo Vieira , Marta Grosso com Lusa
A Agência Europeia do Medicamento (EMA) aprovou nesta segunda-feira uma recomendação para a comercialização condicional da vacina do laboratório Novavax contra a Covid-19, para pessoas com mais de 18 anos.
A autorização de entrada no mercado foi
dada após a EMA ter concluído que os dados sobre a vacina eram robustos e
satisfaziam os critérios da UE em termos de eficácia, segurança e qualidade,
segundo
um comunicado.
A Nuvaxovid (também conhecida como NVX-CoV2373) é a quinta vacina para a Covid-19 a ser recomendada pela União Europeia. A avaliação teve início em 17 de novembro e decorreu num prazo acelerado.
No seu conjunto, os resultados de dois estudos mostram uma eficácia vacinal para Nuvaxovid de cerca de 90% para a estirpe original do SARS-CoV-2 e algumas variantes preocupantes como Alpha e Beta.
Os dados em relação à eficácia da vacina contra outras variantes preocupantes, incluindo a Ómicron, são ainda limitados, sublinha a EMA.
Esta vacina foi também recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), na sexta-feira, para uso de emergência, mas com o nome CovovaxTM. A aprovação do uso de emergência possibilita que integre a lista de vacinas adquiridas pelo mecanismo de distribuição universal e equitativa Covax, destinado a fornecer os países mais pobres com vacinas contra a Covid-19.
A autorização da EMA é válida para os 27 Estados-membros, mas a vacina da Novavax não deverá ser utilizada em Portugal uma vez que, segundo foi adiantado em julho, não está incluída no planeamento da vacinação contra a Covid-19.
Na UE está autorizada a comercialização de quatro vacinas anticovid-19: Pfizer BioNtech, Moderna, Astrazeneca e Johnson&Johnson.
"É uma vacina à base de proteínas e irá apoiar, juntamente com as vacinas já autorizadas, as campanhas de vacinação nos Estados-membros da UE durante uma fase crucial da pandemia", refere a EMA, em comunicado.
A Nuvaxovid contém a versão de uma proteína encontrada na superfície do SARS-CoV-2 (a proteína ‘spike’), que foi produzida em laboratório. Contém também uma substância (adjuvante) para ajudar a fortalecer as respostas imunológicas à vacina.
Quando uma pessoa recebe a vacina, o seu sistema imunitário identifica a proteína como estranha e produz defesas naturais: anticorpos e células T. Se, posteriormente, a pessoa vacinada entrar em contato com o SARS-CoV-2, o sistema imunitário reconhecerá a proteína ‘spike’ do vírus e estará preparado para atacá-la.
Os anticorpos e células imunes podem proteger contra a Covid-19 trabalhando juntos para matar o vírus, prevenir a sua entrada nas células do corpo e destruir as células infetadas.
A Nuvaxovid é administrada em duas doses, com três semanas de intervalo.
Os peritos concluíram que a informação sobre a a nova vacina era "robusta e cumpria os critérios da União Europeia para eficácia, segurança e qualidade".
Na UE, está autorizada a comercialização de quatro vacinas anticovid-19, pertencentes aos laboratórios da Pfizer/BioNtech, da Moderna, da Astrazeneca e da Johnson&Johnson.
São cinco milhões de doses em janeiro, mais cinco (...)
A Covid-19 provocou mais de 5,33 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.778 pessoas e foram contabilizados 1.225.102 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 89 países de todos os continentes, incluindo Portugal.