29 dez, 2021 - 00:38 • Lusa
O número de mortos devido às fortes chuvas que atingem o estado brasileiro da Bahia aumentou para 21, enquanto 77.092 pessoas estão deslocadas das suas residências, informou a Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec) local esta terça-feira.
Em informações transmitidas à imprensa local, a Sudec da Bahia indicou que a mais recente vítima mortal é um jovem de 19 anos que morreu afogado quando tentava atravessar uma enxurrada na cidade de Ilhéus.
No total, 358 pessoas ficaram feridas em decorrência dos temporais e 77.092 pessoas estão desabrigadas - pessoas que perderam os seus imóveis e precisam de apoio do poder público - ou desalojadas - cidadãos que também perderam os imóveis, mas foram alocados em casas de familiares.
Além disso, 471.786 pessoas foram afetadas pelas chuvas que atingem o nordeste brasileiro desde o final de novembro, situação que levou 136 cidades a decretar situação de emergência, segundo o portal de notícias G1.
O governador da Bahia, Rui Costa, informou hoje que vários municípios do sul do estado perderam todas as medicações e vacinas durante as enchentes e alagamentos que atingem a região.
"Em alguns locais, 100% de todo o medicamento e de todas as vacinas foram perdidos, porque algumas secretarias municipais de saúde e os depósitos de medicamentos ficaram debaixo de água completamente. É o caso de Jucuruçu e outras cidades", detalhou Costa nas redes sociais.
O governador considerou ainda a situação que a região atravessa como o "pior desastre da história da Bahia".
"Vivemos o pior desastre da história da Bahia. É uma tragédia gigantesca. Não me lembro de nada desta dimensão na história recente da Bahia. A quantidade de casas, ruas e cidades completamente submersas é realmente apavorante", disse o governador, Rui Costa, após sobrevoar as áreas do desastre e que desde sábado supervisiona uma operação conjunta com o Governo Federal e outros estados nas áreas afetadas.
O sul da Bahia já havia sido afetado por chuvas torrenciais no final de novembro, que se voltaram a intensificar nos últimos dias, causando o rompimento de barragens e inundações.
O equivalente a um mês de chuva caiu em poucas horas em alguns municípios.
Salvador, capital do estado da Bahia, contabilizou na sexta-feira até cinco vezes a média histórica de 58 milímetros para o mês de dezembro, segundo a defesa civil da cidade.
Enquanto inundações afetam duramente a região, o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, encontra-se de férias no estado de Santa Catarina, onde deverá passar o Ano Novo, situação duramente criticada nas redes sociais.
A 'hashtag' #BolsonaroVagabundo chegou hoje a ser um dos "trending topics" na rede social Twitter (principais assuntos em discussão).
"O retrato de um país sem Governo. Enquanto brasileiros morrem e perdem suas casas na Bahia, o Presidente da República curte as férias em Santa Catarina como se nada estivesse acontecendo", criticou o deputado Marcelo Freixo (Partido Socialista Brasileiro).
Também o senador Fabiano Contarato (Partido dos Trabalhadores) criticou o chefe de Estado: "A Bahia sofre uma emergência terrível enquanto o Presidente as curte suas férias como se nada ocorresse. O Brasil não pode fechar os olhos a seus compatriotas nesse momento de dor e necessidade! Minha solidariedade ao povo baiano!".