06 jan, 2022 - 06:01 • Lusa
O Presidente brasileiro publicou no Tik Tok um vídeo com ataques a Lula da Silva, seu possível rival nas presidenciais de outubro, num preâmbulo do papel que esta popular rede social poderá ter na sua campanha.
O médico António Luiz de Vasconcellos Macedo confirmou que Jair Bolsonaro está recuperado do quadro de obstrução intestinal e terá de fazer uma dieta especial durante uma semana, mas já está apto para trabalhar.
Clínico, que operou Bolsonaro e acompanha o Bolsonaro desde que este foi esfaqueado num evento de campanha na cidade de Juiz de Fora em 2018, explicou, numa breve conferência de imprensa após o Presidente receber alta do hospital Vila Nova Star, em São Paulo, que o atentado provocou uma cirurgia que foi muito bem feita, mas depois disso o chefe de Estado teve uma peritinite (inflamação) que gerou uma grande quantidade de reações imunológicas e aderências no seu abdómen.
Jair Bolsonaro, que venceu as eleições de 2018 com uma campanha na qual comunicou com os eleitores principalmente através das redes sociais, até agora não tinha estado muito ativo no Tik Tok, uma plataforma de partilha de vídeos que ganhou grande popularidade nos últimos anos, principalmente entre os jovens.
No seu primeiro vídeo com tom eleitoral nesta rede, Bolsonaro reproduziu segmentos de uma antiga entrevista sua em que ataca Lula, antigo Presidente que todas as sondagens apontam como favorito à reeleição de outubro.
No vídeo, o chefe de Estado afirma que a preocupação da esquerda com os militares brasileiros, entre os quais se incluiu por ser capitão da reserva do Exército, é que eles são o "último obstáculo ao socialismo".
Bolsonaro acrescentou que a sua intenção não é ser reeleito, mas impedir o regresso da esquerda ao poder no Brasil "porque isso será o fim para todos".
“Acabei de ouvir Lula dizer que se voltar ao poder vai exercer o controlo dos ‘medias’ sociais”, disse o Presidente.
Bolsonaro citou ainda os quase 500 venezuelanos que chegam todos os dias ao Brasil "fugindo da fome e da miséria na Venezuela" e afirmou que o Presidente do país vizinho, Nicolás Maduro, tem o apoio de Lula da Silva.
Bolsonaro e Lula não escondem a intenção de disputar as eleições, mas negam estarem em campanha para não serem acusados de violar a legislação eleitoral, que só permite iniciativas poucos meses antes das eleições.