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Covid-19. Riscos da Ómicron são entre 50% e 60% inferiores aos da Delta

21 jan, 2022 - 12:47 • Lusa

De acordo com o relatório divulgado hoje pelo ECDC, a incidência da Ómicron aumentou 20% face à semana passada. Vacinas atuais não são muito eficazes contra a infeção causada pela Ómicron, pelo que "os Estados-membros devem avaliar as capacidades atuais do sistema de saúde".

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A variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, responsável por dois terços dos novos casos de Covid-19 na Europa, representa menos 50% a 60% de risco de hospitalização e morte do que estirpes anteriores, como a Delta, anunciou o ECDC nesta sexta-feira.

Num relatório divulgado com uma atualização epidemiológica à data de 20 janeiro, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) assinala que a Ómicron "foi identificada em todos os países" da União Europeia e Espaço Económico Europeu, com uma "prevalência estimada de 69,4%", mais 20% face à semana anterior.

"Através de estudos realizados em vários cenários, verificou-se que o risco de hospitalização foi menor para a Ómicron do que para a variante Delta. Contudo, a imunidade prévia à infeção natural, a vacinação incluindo doses de reforço e as melhores opções de tratamento contribuem para resultados menos graves, o que torna difícil estimar o risco inerente de infeção grave", contextualiza a agência europeia.

Ainda assim, "a maioria dos estudos encontrou uma redução do risco na ordem dos 50-60%", especifica o ECDC.

Dados avançados pelo centro europeu demonstram que, do total de 155.150 casos da variante Ómicron comunicados entre os dias 20 de dezembro de 2021 e 9 de janeiro de 2022, 1,14% destes resultaram em internamentos, 0,16% implicaram apoio respiratório nas unidades de cuidados intensivos e 0,06% morreram.

Neste período, foram 570 o número de casos desta estirpe em Portugal comunicados ao ECDC, de acordo com o relatório.

"Estudos iniciais sugerem que as vacinas atuais podem ser menos eficazes contra a infeção Ómicron, embora ainda proporcionem proteção contra a hospitalização e doenças graves. Dada a vantagem do crescimento exponencial da propagação e o elevado número de casos, quaisquer benefícios potenciais de uma menor severidade observada podem ser ultrapassados pelo simples número de resultados graves ao longo do tempo", alerta o ECDC.

A agência europeia fala, por isso, num nível global de risco muito elevado para a saúde pública associado à emergência e propagação da Ómicron.

"Os Estados-membros devem avaliar urgentemente os seus níveis aceitáveis de riscos residuais, as capacidades atuais do sistema de saúde e as opções disponíveis de gestão de riscos, por exemplo, adotando medidas de contingência", adianta o ECDC.

A posição surge numa altura de elevado ressurgimento de casos de infeção com o coronavírus SARS-CoV-2, que ainda assim não se traduz para já em elevadas taxas de internamento ou de morte.

A contribuir para o elevado número de casos, que batem máximos, está a elevada transmissibilidade da variante Ómicron do SARS-CoV-2.

Fazendo um retrato sobre os novos casos de infeção com a Ómicron, o ECDC especifica que a idade média é de 20 a 33 anos e que a transmissão ocorre principalmente ao nível local, sendo apenas 7% dos casos importados ou relacionados com viagens.

A Covid-19 provocou 5.553.124 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.447 pessoas e foram contabilizados 2.059.595 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

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