28 jan, 2022 - 23:37 • João Malheiro
O diretor executivo da Amnistia Internacional Portugal alerta que um conflito armado na Ucrânia "pode agravar a crise de refugiados" que começou, em 2014, com a anexação da Crimeia, por parte da Rússia.
"É muito importante que as pessoas da Ucrânia, depois dos conflitos anteriores, que já geraram muitos refugiados e deslocados e ainda assim permanecem, vir acrescentar um conflito bélico. É agravar uma situação que já é muito grave", explica Pedro Neto, à Renascença.
O diretor da organização não governanmental (ONG) não tem dúvidas que uma eventual tragédia humanitária é uma questão com que a qual o resto da Europa e a União Europeia "terá de lidar".
Também por isso e para prevenir uma crise humanitária, Pedro Neto apela à "acalmia e ao diálogo". Mas as negociações que se prolongam entre Estados Unidos, Europa e Rússia, considera, "não estão a correr bem".
"Está a meter-se uma narrativa de conflito bélico evidente e, nestas conversações, as potências envolvidas não estão a acautelar a questão humanitária", lamenta.
O diretor executivo da Amnistia Internacional Portugal critica, ainda, a postura da Rússia no conflito, apontando que o país "não tem sido correta nos conflitos que provoca e nos ataques a civis que faz".
"É um crime de guerra atacar civis e destruir infraestruturas essenciais de civis e de assistência humanitária. As forças armadas da Federação Russa têm feito intervenções militares sem qualquer cuidado de respeitar o Direito Humanitário Internacional", refere.