03 fev, 2022 - 12:14 • Redação com Lusa
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considerou esta quinta-feira que a Europa tem agora uma "oportunidade única" de controlar a pandemia da Covid-19, salientando que uma parte importante da população está imunizada e que a variante Ómicron é menos grave.
Em conferência de imprensa virtual, o diretor europeu da OMS, Hans Kluge, afirmou que há "um grande capital de imunidade derivada das vacinas e naturalmente provocada pela Ómicron", justificando que a "gravidade menor da variante Ómicron está agora firmemente estabelecida" e que se aproxima o fim do inverno.
"Este contexto, que não tínhamos tido ainda nesta pandemia, dá-nos a possibilidade de conseguir um longo período de tranquilidade e um nível muito superior de defesa das populações contra qualquer novo aumento da transmissão, mesmo com uma variante mais virulenta [do coronavírus SARS-CoV-2]]", declarou.
Nesta conferência de imprensa, Hans Kluge voltou a apelar a uma uniformização global no acesso às vacinas. “Não podemos aceitar por um dia mais esta desigualdade vacinal. As vacinas têm de estar disponíveis para toda a gente, no canto mais remoto da nossa vasta região e mais além”, disse.
Na semana passada registaram-se "12 milhões de novos casos" na região europeia, "a mais alta incidência semanal" desde o início da pandemia, indicou.
Quase um terço de todos os casos de contágio desde que o SARS-CoV-2 apareceu foram diagnosticados este ano, acrescentou, e apesar de terem aumentado as hospitalizações, os casos em unidades de cuidados intensivos "não aumentaram significativamente e no número de mortes na região começa a atingir um planalto".
Esta onda de contágios está a ser provocada "em grande medida pela variante Ómicron e a sua elevada transmissibilidade, varrendo de oeste para o leste" do continente
Hans Kluge lembrou ainda que a Covid-19 afetou também o diagnóstico e tratamento de outras doenças, nomeadamente o cancro.