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Canadá. Protestos bloqueiam capital e autarca admite situação “fora de controlo"

07 fev, 2022 - 07:38 • Lusa

Foram abertas cerca de 100 investigações sobre crimes relacionados com o protesto. Os manifestantes dizem que continuarão a sua ocupação até que as medidas sanitárias restritivas sejam levantadas.

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Os manifestantes dizem que continuarão a sua ocupação até que as medidas sanitárias restritivas sejam levantadas. Foto: Reuters
Os manifestantes dizem que continuarão a sua ocupação até que as medidas sanitárias restritivas sejam levantadas. Foto: Reuters
A polícia de Otava deverá ser reforçada em breve com cerca de 250 membros da Real Polícia Montada Canadiana (RCMP). Foto: Reuters
A polícia de Otava deverá ser reforçada em breve com cerca de 250 membros da Real Polícia Montada Canadiana (RCMP). Foto: Reuters

A situação em Otava está "fora de controlo", admitiu esta segunda-feira o presidente da câmara da capital canadiana, com o centro da cidade bloqueado há mais de uma semana com protestos contra as restrições impostas para conter a pandemia.

As manifestações, que ocorreram pela primeira vez em Otava no passado fim de semana, em 29 de janeiro, espalharam-se a outras grandes cidades canadianas durante este fim de semana.

Dezenas de camiões e manifestantes continuavam hoje a paralisar o centro da capital do Canadá.

"A situação, neste momento, está completamente fora de controlo, porque os manifestantes estão a mandar", disse o presidente da câmara, Jim Watson, em declarações a uma rádio local, realçando que aqueles "ultrapassam em muito a polícia".

"Estamos a perder a batalha, (...) temos de recuperar a nossa cidade", frisou o autarca, descrevendo como "inaceitável" o comportamento dos manifestantes, que estão a bloquear e as destruir as ruas com os camiões.

O movimento, apelidado de "Freedom Convoy", visava inicialmente protestar contra a decisão das autoridades de exigirem, desde meados de janeiro, que os camionistas fossem vacinados para atravessar a fronteira entre o Canadá e os Estados Unidos, mas rapidamente transformou-se num movimento contra as medidas sanitárias em geral para evitar a propagação da pandemia de covid-19 e também, para alguns, contra o Governo liderado por Justin Trudeau.

Dezenas de camiões e manifestantes continuavam hoje a paralisar o centro da capital do Canadá. Foto: Reuters
Dezenas de camiões e manifestantes continuavam hoje a paralisar o centro da capital do Canadá. Foto: Reuters
Cerca de 450 multas foram passadas desde a manhã de sábado. Foto: Reuters
Cerca de 450 multas foram passadas desde a manhã de sábado. Foto: Reuters
Foram abertas cerca de 100 investigações sobre crimes relacionados com o protesto. Foto: Reuters
Foram abertas cerca de 100 investigações sobre crimes relacionados com o protesto. Foto: Reuters

Os manifestantes dizem que continuarão a sua ocupação até que as medidas sanitárias restritivas sejam levantadas.

Movimentos semelhantes, mas menores, tiveram lugar em várias grandes cidades canadianas no sábado, incluindo Toronto, Cidade do Quebeque e Winnipeg, e continuaram hoje na Cidade do Quebeque.

Na capital da província francófona do Canadá, os manifestantes eram menos que no sábado, e cerca de trinta camiões ainda foram tolerados pela polícia local, que, no entanto, avisou os camionistas que estariam em violação dentro de poucas horas.

Numa reunião de emergência com funcionários municipais, no sábado, o chefe da polícia de Otava, Peter Sloly, queixou-se de não ter recursos suficientes para acabar com aquilo a que chamou um "estado de sítio" e apelou a "recursos adicionais".

A polícia de Otava deverá ser reforçada em breve com cerca de 250 membros da Real Polícia Montada Canadiana (RCMP), uma força policial federal.

Cerca de 450 multas foram passadas desde a manhã de sábado, inclusive por excesso de ruído e fogo de artifício, disse hoje a polícia de Otava, referindo que houve comportamentos perturbadores ou ilegais por parte dos manifestantes durante a noite, que representavam um risco para a segurança pública ou um aumento da "angústia" para os residentes da cidade.

Foram também abertas cerca de 100 investigações sobre crimes relacionados com o protesto.

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