08 fev, 2022 - 11:15 • Lusa
Sete em cada 10 portugueses (ou seja 72%) consideram que a saúde pública deve ser uma prioridade fundamental do Parlamento Europeu - um valor bem acima da média europeia. Na lista nacional, as prioridades seguintes são a pobreza e o emprego.
O inquérito Eurobarómetro do outono de 2021 promovido pelo Parlamento Europeu, a meio da legislatura e ainda num contexto de pandemia, revela que a saúde pública é eleita como a matéria que os cidadãos europeus consideram que deve ser tratada com caráter prioritário pela assembleia europeia (42%), seguida do combate à pobreza e exclusão social (40%) e da luta contra as alterações climáticas (39%).
Em Portugal, no entanto, a percentagem de inquiridos a "eleger" a saúde pública como a prioridade política de topo alcança os 72%, um valor 30 pontos acima da média comunitária e que deixa a considerável distância os segundo e terceiro países, Chipre (61%) e Espanha (60%).
Tendo os inquiridos a possibilidade de escolher até um máximo de quatro prioridades, os portugueses elegem a seguir a luta contra a pobreza e a exclusão social (61%) e o apoio à economia e criação de emprego (60%), enquanto o combate às alterações climáticas surge em quarto lugar (41%).
Apontada pela média dos europeus como a quinta temática à qual o Parlamento Europeu deve dar tratamento prioritário, com 25%, a democracia e o Estado de direito é "eleita" apenas por 9% dos portugueses inquiridos, surgindo apenas no 12º lugar das prioridades destacadas em Portugal.
O mesmo documento revela ainda que quase um terço dos europeus (32%) elegem a democracia como o valor essencial a defender pelo PE, mas os portugueses preferem a igualdade de género (32%).
Quase um terço dos inquiridos na União Europeia (UE 32%,19% em Portugal) identificou a democracia como o principal valor europeu a defender, seguida pela liberdade de expressão e de pensamento (27%) e a proteção dos direitos humanos (25%).
Em Portugal, os inquiridos identificam a igualdade entre homens e mulheres (32%), a solidariedade entre Estados-membros e regiões (30%) e a dignidade humana (27%) como os valores mais importantes da UE que o PE deve defender.
“Não podemos tomar a democracia como garantida; extremismos, autoritarismos e nacionalismos são hoje ameaças ao nosso projeto europeu comum”, salientou em comunicado a presidente do PE, Roberta Metsola, em concordância com as respostas dos cidadãos.
Este eurobarómetro de outono do Parlamento Europeu foi realizado entre 01 de novembro e 02 de dezembro de 2021 nos 27 Estados-Membros da UE, tendo sido realizadas no total 26.510 entrevistas e sido inquiridas 1.004 pessoas em Portugal.
Os resultados da UE são ponderados de acordo com a dimensão da população de cada país.