11 fev, 2022 - 04:35 • Lusa
O Presidente dos Estados Unidos voltou a aconselhar os seus cidadãos na Ucrânia a deixarem o país, lembrando que um possível conflito entre as forças norte-americanas e russas será uma “guerra mundial”.
Numa entrevista ao canal NBC News, o chefe de Estado norte-americano deixou um alerta para os cidadãos do seu país na Ucrânia. "Os norte-americanos devem sair agora", referiu Joe Biden.
“Não é como se estivéssemos a lidar com uma organização terrorista. Estamos a lidar com um dos maiores Exércitos do mundo. É uma situação muito diferente e as coisas podem enlouquecer rapidamente”, acrescentou.
Questionado sobre quais cenários é que podiam levá-lo a enviar militares para resgatar norte-americanos em fuga do país, Biden respondeu que “não existem”.
“Esta será uma guerra mundial quando os norte-americanos e a Rússia começarem a atirar uns nos outros ”, frisou.
"Estamos num mundo muito diferente do que já estivemos."
Na quinta-feira o Departamento de Estado tinha emitido um aviso de que os Estados Unidos “não poderão evacuar cidadãos norte-americanos em caso de ação militar russa em qualquer lugar da Ucrânia”.
Em caso de conflito na Ucrânia, o serviço consular regular seria “severamente impactado”, explicava.
A Casa Branca já aprovou um plano do Pentágono para que os seus militares destacados na Polónia construam abrigos temporários e possam auxiliar cidadãos norte-americanos numa eventual retirada da Ucrânia, em caso de invasão pela Rússia.
Este plano envolveria os 1.700 militares que o chefe de Estado norte-americano autorizou que fossem destacados para a Polónia na semana passada.
Estas tropas, da 82.ª Divisão Aerotransportada, não estão autorizadas a entrar na Ucrânia em caso de conflito, e não há planos para que participem em operações de evacuação aérea, como as que ocorreram no Afeganistão, segundo revelaram fontes oficiais ao canal televisivo CNN.
Segundo uma avaliação militar e da inteligência norte-americana, os militares russos podem lançar uma invasão em grande escala, com tanques, que poderiam chegar à capital ucraniana, Kiev, em 48 horas.
Biden realçou ainda que se Putin é "tolo o suficiente para entrar, ele é inteligente o suficiente para, de facto, não fazer nada que possa impactar negativamente os cidadãos norte-americanos".
A Ucrânia e os seus aliados ocidentais acusam a Rússia de ter concentrado dezenas de milhares de tropas na fronteira ucraniana para invadir novamente o país, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014.
A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da NATO.
Veja a entrevista completa aqui: