12 fev, 2022 - 11:05 • Lusa
A União Europeia (UE) e os Estados Unidos estão a coordenar os preparativos para um pacote de sanções “sólido e abrangente” que será aplicado rapidamente se a Rússia atacar a Ucrânia, anunciou a Comissão Europeia neste sábado.
A questão foi discutida na sexta-feira à noite, numa conversa entre o chefe de gabinete da presidente da Comissão Europeia, Bjoern Seibert, e a secretária de Estado Adjunta norte-americana, Wendy Sherman.
Os dois debateram a situação na Ucrânia e a presença militar russa, segundo uma declaração da Comissão Europeia.
Seibert e Sherman “reafirmaram a importância da soberania territorial, a preservação das fronteiras existentes e a independência política da Ucrânia”, disse a Comissão Europeia.
Discutiram em particular “as medidas tomadas pela UE e pelos EUA para encorajar a Rússia a dar prioridade à descalada, escolher a via da diplomacia e abster-se de todas as hostilidades”.
Seibert e Sherman reiteraram que “qualquer nova agressão russa contra a Ucrânia” terá consequências e custos pesados para a Rússia, segundo a declaração divulgada em Bruxelas.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reafirmou na sexta-feira que todas as opções estão em cima da mesa no caso de a Rússia atacar militarmente a Ucrânia.
Von der Leyen informou os líderes e aliados europeus sobre as sanções que o bloco da UE está a preparar para tal cenário durante uma videoconferência organizada pelo Presidente norte-americano, Joe Biden.
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A Ucrânia e os seus aliados ocidentais acusam a Rússia de ter concentrado dezenas de milhares de tropas na fronteira ucraniana para invadir novamente o país, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014.
A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês).
Na sexta-feira, os Estados Unidos pediram aos norte-americanos que se encontram na Ucrânia para abandonarem o país por acreditarem que uma invasão russa poderá acontecer a qualquer momento.
Biden vai falar neste sábado, por telefone, com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, em mais um esforço para tentar evitar um conflito armado.
Também o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, anunciou hoje que conversará sobre a crise com o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, nas próximas horas.
A Bélgica aconselha os seus cidadãos a deixar a Ucrânia e a não viajar para o país, anunciou o ministério dos Negócios Estrangeiros belga neste sábado.
"É fortemente aconselhado que os nacionais que estão atualmente na Ucrânia e cuja presença não é absolutamente necessária abandonem o país", disse o ministério no seu website.
"Todas as viagens para todo o território da Ucrânia são fortemente desencorajadas", acrescenta a recomendação.
O ministério recomenda aos seus cidadãos que não podem sair do país que se registem no website Travellers Online, para o qual fornece um link, para aconselhamento.
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"Se a situação piorar, não pode ser garantida uma evacuação da Ucrânia. É portanto aconselhável deixar o país enquanto ainda é possível", adverte o Governo belga.
"A situação é extremamente imprevisível. No caso de uma deterioração repentina, os meios de comunicação na Ucrânia, tais como a Internet e o tráfego telefónico, podem ser gravemente perturbados. Isto poderia ter graves consequências para o funcionamento dos aeroportos e dificultar as viagens aéreas de, para e dentro da Ucrânia", disseram as autoridades belgas.
Poderá deflagrar uma guerra na Ucrânia "a qualquer momento", avisou Washington na sexta-feira, apelando aos seus cidadãos para deixarem o país. Vários países da UE, incluindo a Estónia e a Lituânia, também deram instruções aos seus cidadãos para deixarem a Ucrânia.
As instituições da União Europeia recomendaram ao seu pessoal não essencial na representação em Kiev que deixasse a Ucrânia e optassem pelo teletrabalho do estrangeiro.