14 fev, 2022 - 20:01 • André Rodrigues
O Presidente da Ucrânia foi informado, esta segunda-feira, que a Rússia poderá invadir o país na próxima quarta-feira, dia 16.
“Dizem-nos que 16 de fevereiro será o dia do ataque. Vamos fazer dele um dia de união. Vamos pendurar bandeiras nacionais, colocar fitas azuis-amarelas e mostrar ao mundo a nossa unidade”, disse Volodymyr Zelensky numa mensagem vídeo, publicada na sua conta pessoa no Facebook.
Zelensky fala de “sérios desafios externos e internos, que exigem responsabilidade, confiança e ações concretas”.
O Presidente ucraniano, assegura que o Estado “está mais forte hoje do que nunca”. “Estamos intimidados com uma grande guerra e definimos mais uma vez a data da invasão militar. Esta não é a primeira vez. Mas o nosso Estado está mais forte hoje do que nunca”.
Já o Pentágono diz não ser possível avançar com uma data para um possível ataque russo à Ucrânia, mas admite que um ataque militar de Moscovo poderá acontecer a qualquer momento.
"Não vou falar sobre as avaliações que os Serviços de Inteligência estão a fazer sobre a situação na Ucrânia, mas temos dito há muitos dias que a ação militar pode acontecer a qualquer momento... a Rússia poderá avançar sem qualquer aviso", avisou o almirante John Kirby, ao início da noite desta segunda-feira, numa conferência de imprensa no Pentágono.
Face à tensão crescente, e aos receios de um ataque iminente da Rússia contra a Ucrânia, os Estados Unidos decidiram, esta segunda-feira, deslocar todo o pessoal diplomático de Kiev para Lviv.
O anúncio foi feito através de um comunicado assinado pelo secretário de Estado americano Antony Blinken, que invoca a "dramática aceleração" da concentração de militares russos na fronteira.
"A embaixada continuará em contato com o governo ucraniano, mas pedimos a todos os cidadãos americanos ainda na Ucrânia que deixem o país imediatamente", diz a nota.
Nesta altura, a Rússia tem mais de 100 mil militares junto à fronteira leste da Ucrânia e tem tropas mobilizadas na Bielorrússia, que faz fronteira com o norte da Ucrânia.
"Nós determinamos a saída da maioria dos americanos que ainda estão na embaixada dos EUA em Kiev", disse Blinken após encontro com representantes do Japão e da Coreia do Sul em Honolulu.
"O risco de uma ação militar da Rússia ainda é alto o bastante e a ameaça, iminente o bastante que é o mais prudente a se fazer", reforçou o chefe da diplomacia americana.