18 fev, 2022 - 05:35 • Lusa
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, aceitou um encontro com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, na próxima semana, para preparar uma cimeira bilateral para reduzir a tensão na Ucrânia.
"Os russos responderam com datas propostas para o final da próxima semana, que aceitamos, desde que não haja invasão russa da Ucrânia", anunciou o porta-voz do chefe da diplomacia dos Estados Unidos (EUA), Ned Price.
Se os russos invadirem a Ucrânia "nos próximos dias, ficará claro que eles nunca levaram a diplomacia a sério", disse Price a repórteres.
O convite enviado a Sergei Lavrov foi revelado na quinta-feira por Antony Blinken, que disse que os EUA também propuseram reuniões do Conselho Rússia - Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) e do Conselho Permanente da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.
Em discurso perante o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), Blinken disse que as reuniões podem servir para reduzir a tensão e chegar a acordos sobre as preocupações de segurança de todas as partes.
Antes de viajar para a Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, o secretário de Estado voltou a acusar Moscovo de planear uma iminente invasão da Ucrânia e apelou às autoridades russas a optarem pela democracia.
Blinken também mencionou detalhes dos supostos planos da Rússia para legitimar e lançar uma invasão da Ucrânia, que incluiria a captura da capital, Kiev.
O exército ucraniano e as forças separatistas pró-Rússia acusaram-se, na quinta-feira, de bombardeamentos e de uma escalada de tensão no leste da Ucrânia, região em conflito desde 2014, em plena crise entre Moscovo e o Ocidente.
Esta escalada das tensões no leste da Ucrânia acontece num momento em que os ocidentais acreditam que a Rússia está a preparar uma invasão ao país vizinha, após ter concentrado milhares de forças militares junto à fronteira.
Moscovo nega esta intenção mas apresentou várias exigências para resolver a crise, incluindo garantias de que a Ucrânia não integrará a NATO e o fim do programa da Aliança de alargamento para o Leste.