18 fev, 2022 - 21:55 • Lusa
"Estamos a considerar sanções contra a Bielorrússia, se esta participar num ataque contra a Ucrânia", garantiu um alto funcionário da União Europeia (UE).
Segundo a mesma fonte, citada pela agência EFE, a preocupação dos europeus é "o envio de tropas russas para a Bielorrússia", junto à fronteira com a Ucrânia, lembrando que a forma mais direta da Rússia chegar a Kiev é através do país liderado por Alexandeer Lukashenko.
Moscovo tem também realizado um reforço militar naquele país, tal como noutros pontos da fronteira com a Ucrânia.
Apesar deste posicionamento, a fonte comunitária adiantou que não se esperam decisões sobre um eventual novo pacote de sanções à Bielorrússia na reunião de segunda-feira entre os ministros dos Negócios Estrangeiros.
Na sequência das eleições presidenciais de agosto de 2020, em que Alexander Lukashenko voltou a prevalecer, a UE impôs novas sanções à Bielorrússia.
Estas juntaram-se às aplicadas após a travessia irregular de migrantes através de território bielorrusso até à fronteira da UE na Polónia, considerada por Bruxelas como tentativa de chantagem política.
"Estamos agora num terceiro capítulo, com Lukashenko a entregar território à Rússia para uma possível agressão contra a Ucrânia", sustentou.
Nas últimas horas ocorreram graves violações do cessar-fogo estabelecido em 2015, ao abrigo dos Acordos de Minsk, no leste do país, em concreto na região de Donbass, a parcela de território do leste ucraniano onde separatistas apoiados por Moscovo combatem há oito anos forças do exército de Kiev.
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A fonte da UE realçou que "todos os dias" as forças separatistas pró-Rússia realizam "ações militares contra o Exército ucraniano".
No entanto, manifestou "extrema preocupação" com o aumento da violência na região ucraniana do Donbass, apontando como responsáveis "as forças separatistas apoiadas pela Rússia", enquanto o Exército ucraniano "está simplesmente a manter as suas posições".
Outro motivo de preocupação para os 27 Estados-membros é "a narrativa que a Rússia está a tentar vender, de que a responsabilidade é da Ucrânia".
"Há pouco tempo, [o presidente russo Vladimir] Putin disse que [a situação no] Donbass podia ser descrita como genocídio. Estamos extremamente preocupados com isso, porque poderíamos interpretar tais questões como uma provocação para atacar ou justificar um ataque", alertou.
"Esta narrativa tóxica simplesmente não é verdadeira (...). Estamos a ultrapassar os limites da desinformação e a entrar claramente no domínio da guerra", acrescentou.
Para a UE, a Rússia tem vindo a apresentar nos últimos anos um "padrão de comportamento" em muitas crises, e na atual, com a Ucrânia, está a ser "vivida uma situação aguda" com a concentração de tropas na fronteira, claramente "dispostas para que possa ser facilmente interpretado que eles estão prontos para atacar".
"O que é novo é o nível de ameaça, que se mistura com os pedidos de segurança europeia", acrescentou a fonte, lembrando que a UE está disposta a dialogar com a Rússia mas sem comprometer princípios como o direito de escolha de cada país quanto aos seus parceiros internacionais.
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Moscovo tem negado a intenção de invadir a Ucrânia, mas apresentou várias exigências para resolver a crise, incluindo garantias de que a Ucrânia não integrará a NATO e o fim do programa da Aliança de alargamento para o Leste.
Os Estados Unidos estimam que, neste momento, a Rússia tem provavelmente entre 169.000 e 190.000 soldados destacados dentro e junto à fronteira da Ucrânia, muito acima dos cerca de 100.000 a 30 de janeiro, indicou hoje o representante permanente norte-americano na OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa), Michael Carpenter.
As autoridades norte-americanas e europeias estão em alerta máximo para quaisquer tentativas da Rússia para criar um pretexto para uma invasão da Ucrânia.
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