22 fev, 2022 - 17:38 • Pedro Mesquita com Redação
O antigo diretor da Comissão Europeia das Energias Convencionais Pedro Sampaio Nunes considera que a suspensão do Nord Stream 2 "é um tiro no pé" por parte da Europa.
"Nós vamos precisar de gás natural. O maior fornecedor de gás natural, para além do norte de África, é a Rússia", explica, à Renascença.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse esta terça-feira que não é possível prosseguir com processo de certificação do gasoduto Nord Stream 2, devido ao agravar da tensão entre a Rússia e a Ucrânia.
"Sem essa certificação, o Nord Stream 2 não pode ser posto em funcionamento", referiu Scholz, durante um encontro com os jornalistas.
"Um tiro no pé", alerta Sampaio Nunes
Pedro Sampaio Nunes aponta que esta situação "vai mexer com o preço da energia" em Portugal.
Segundo este especialistas, estas sanções também fazem sofrer a Rússia, por "criar um antagonismo com os seus principais clientes".
EUA ganham com crise energética na Europa, diz Rui Cartaxo
Mas nesta equação também há vencedores, como é o caso dos EUA, segundo refere Rui Cartaxo, antigo presidente da REN, à Renascença.
"Alguns fornecedores não se importam que a Alemanha importe menos gás da Rússia. Os Estados Unidos já são o segundo fornecedor de gás natural para Portugal e um fornecedor significativo para a Europa”, sublinha.
Além dos EUA, há outros países que podem ficar a ganhar com esta crise no Leste da Europa, por causa do aumento dos preços da energia.
“Alguns países que exportam gás natural liquefeito para terminais europeus, como o Qatar e outros países, com certeza que não se importam com esta crise porque vão ter mais mercado e ter possibilidade de ter preços muito interessantes”, afirma Rui Cartaxo.