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Rússia promete "resposta forte" às sanções dos Estados Unidos

23 fev, 2022 - 16:08 • Lusa

O Presidente dos EUA anunciou sanções económicas diretas contra duas importantes instituições financeiras russas. Biden aprovou também sanções contra a dívida soberana da Rússia para bloquear o acesso de Moscovo ao financiamento ocidental.

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O Presidente dos EUA anunciou sanções económicas diretas contra duas importantes instituições financeiras russas. Biden aprovou também sanções contra a dívida soberana da Rússia para bloquear o acesso de Moscovo ao financiamento ocidental.

A Rússia prometeu esta quarta-feira uma "resposta forte" às sanções que lhe foram impostas pelos Estados Unidos, incluindo restrições às transações da dívida soberana russa, devido ao reconhecimento por Moscovo da independência de territórios separatistas na Ucrânia.

"Não deve haver dúvidas de que as sanções terão uma resposta forte, não necessariamente simétrica, mas ponderada e sensível para o lado dos EUA", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo numa declaração citada pela agência espanhola EFE.

Os Estados Unidos da América (EUA), Reino Unido, Canadá, União Europeia (UE), Austrália e Japão impuseram ou anunciaram sanções contra a Rússia pelo seu reconhecimento da independência de Donetsk e Lugansk, e o anúncio de um possível envio de soldados russos para estes dois territórios do leste da Ucrânia.

O ministério liderado por Sergei Lavrov disse que se trata da 101.ª série de sanções contra Moscovo e acusou os EUA de quererem "tentar mudar o rumo da Rússia".

"Apesar da futilidade óbvia dos esforços feitos ao longo dos anos para dificultar o desenvolvimento da nossa economia, os EUA estão mais uma vez a utilizar instrumentos restritivos que são ineficazes e contraproducentes do ponto de vista dos interesses dos EUA", disse.

Para a diplomacia de Moscovo, a Rússia tem demonstrado que é capaz de minimizar os danos, apesar de todos os custos das sanções.

"Além disso, a pressão das sanções não pode afetar a nossa determinação de defender firmemente os nossos interesses", afirmou.

O ministério acusou os EUA de estarem "presos pelos estereótipos de um mundo unipolar com a falsa convicção" de que "ainda têm o direito e podem impor a todos as suas próprias regras da ordem mundial".

Nesta perspetiva, prosseguiu, "no arsenal da política externa" norte-americana "não restam outros meios para além de chantagem, intimidação e ameaças".

"No que respeita às potências mundiais, principalmente a Rússia e outros atores internacionais chave, isto não funciona", disse.

Face à política de sanções, a Rússia está aberta "à diplomacia baseada nos princípios de respeito mútuo, igualdade e consideração dos interesses uns dos outros", acrescentou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou sanções económicas diretas contra duas importantes instituições financeiras russas, a VEB (um dos principais bancos de investimento e desenvolvimento do país) e o banco militar PSB, que é considerado crítico para o setor de defesa da Rússia.

Biden aprovou também sanções contra a dívida soberana da Rússia para bloquear o acesso de Moscovo ao financiamento ocidental.

Um dia antes, assinou uma ordem executiva a proibir novos investimentos, comércio e outras transações económicas por instituições e cidadãos norte-americanos em Donetsk e Lugansk.

A medida visa isolar as duas regiões do sistema financeiro internacional baseado no dólar.

O reconhecimento da independência de Donetsk e Lugansk pelo Presidente russo, Vladimir Putin, na segunda-feira, suscitou a condenação de generalidade dos países ocidentais, depois de cerca de dois meses de tensão devido à concentração de dezenas de milhares de tropas russas junto às fronteiras da Ucrânia.

Os separatistas pró-russos apoiados por Moscovo de Donetsk e Lugansk entraram em guerra com as autoridades ucranianas em 2014, após a anexação da península da Crimeia pela Rússia.

Desde então, o conflito provocou mais de 14.000 mortos e 1,5 milhões de deslocados, segundo as Nações Unidas.

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