24 fev, 2022 - 07:43 • Lusa
Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia discutem, esta quinta-feira, o agravamento do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, numa cimeira extraordinária em Bruxelas convocada de urgência na quarta-feira pelo presidente do Conselho Europeu.
A cimeira extraordinária, presencial e com início agendado para as 20h00 de Bruxelas (19h00 de Lisboa), foi convocada face à escalada das tensões, depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, ter assinado, na segunda-feira à noite, um decreto que reconhece as autoproclamadas repúblicas de Lugansk e de Donetsk, no Donbass (leste da Ucrânia), e de ter ordenado a mobilização do exército russo em missão de “manutenção da paz” para estes territórios separatistas pró-russos.
A UE reagiu prontamente, com a adoção de um pacote de sanções dirigido a Moscovo, acordado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 na terça-feira, mas o presidente do Conselho Europeu entendeu ainda assim convocar uma cimeira de líderes para uma discussão ao mais alto nível sobre os últimos desenvolvimentos da crise a leste e da ameaça de uma nova guerra na Europa.
“O uso da força e da coerção para mudar fronteiras não tem lugar no século XXI. Convoco um Conselho Europeu especial para amanhã [quinta-feira] em Bruxelas para discutir os últimos desenvolvimentos relacionados com a Ucrânia e a Rússia”, escreveu Charles Michel, na sua conta oficial na rede social Twitter, ao anunciar na quarta-feira a realização da cimeira.
Na carta-convite dirigida aos líderes, entre os quais o primeiro-ministro António Costa, o presidente do Conselho Europeu começa por agradecer aos 27 “a unidade demonstrada nos últimos dias, nomeadamente através da rápida adoção do pacote de sanções” à Rússia.
O presidente do Conselho Europeu especifica que o objetivo desta cimeira extraordinária é discutir “os últimos desenvolvimentos”, a forma de a UE “proteger a ordem internacional baseada em regras”, “como lidar com a Rússia, designadamente responsabilizando-a pelas suas ações”, e “como continuar a apoiar a Ucrânia e a sua população”.
A decisão de Putin de reconhecer as duas autoproclamadas repúblicas e abrir assim a porta ao envio de forças militares para território ucraniano foi condenada pela generalidade dos países ocidentais, que temiam há meses que a Rússia invadisse novamente a Ucrânia, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.
Os líderes da UE já discutiram presencialmente na semana passada, em Bruxelas, a crise a leste, num encontro informal realizado imediatamente antes da cimeira UE-África, tendo o presidente do Conselho Europeu decidido marcar esta cimeira com caráter de urgência face aos desenvolvimentos desta semana, que aumentaram os receios de um conflito militar em grande escala.
Conselho Superior de Defesa Nacional para hoje, 24(...)