Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

General Pinto Ramalho. "Temos de mostrar à Rússia que nos queremos defender e estamos dispostos a pagar o preço necessário"

25 fev, 2022 - 19:39 • Pedro Mesquita , João Carlos Malta

O antigo Chefe do Estado Maior do Exército, General Pinto Ramalho, pede uma posição mais firme ao Ocidente.

A+ / A-

O antigo Chefe do Estado Maior do Exército, General Pinto Ramalho, que integrou a delegação portuguesa na NATO, diz à Renascença que os meios de resposta à Rússia não estão a ser eficazes e que “temos de uma vez por todas mostrar que nos queremos defender e dispostos a pagar esse preço”.

O Ocidente, a Aliança Atlântica e os europeus, segundo o general, “têm de ter a perceção de que têm de mandar mensagens muito concretas daquela que é a sua determinação em se defenderem”.

“Não podem apenas dizer que a Ucrânia não é um país da NATO e não intervimos. Temos de dar um sinal de que estamos dispostos a tudo para nos defendermos”, enfatiza o ex-chefe do Estado Maior do Exército.

Questionado sobre se as sanções aplicadas à Rússia são pouco, o General Pinto Ramalho afirma que os europeus não podem ser ambíguos nessa matéria. “Temos de dizer claramente à Rússia de que estamos dispostos a pagar o preço que for necessário para nos defendermos”, repete.

O militar defende que a ideia de Putin é a de criar um “estado favorável e tampão da NATO” com a Ucrânia.

Em relação à possibilidade de Putin usar a Ucrânia para transferir ogivas nucleares e ameaçar o Ocidente, acredita que esse seria um ato “provocatório e extremamente grave”. “Não quero acreditar que esteja no pensamento de Putin”.

Já em relação ao apelo do presidente russo para que os militares ucranianos tomem o poder e deponham Zelensky, o General Pinto Ramalho diz que as declarações de Putin “fazem sentido”, porque houve a preocupação de decapitar as chefias das forças armadas para que a resistência fosse o menor possível.

“Neste momento, ele está a pôr em causa o poder político e dirigindo-se às forças armadas na perspetiva de criar uma alteração do poder político, eventualmente com uma junta militar que indiscutivelmente do ponto de vista de Putin é mais fácil, e um instrumento mais rápido para estabilizar a situação até internamente. Ainda com a agravante de poder ele poder dizer que o poder caiu por dentro”, adianta.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • E porquê?
    28 fev, 2022 Liberdade 11:17
    Os ucranianos defendem e amam os nossos de Democracia e Liberdade! Não cultivam do "submete-te e obdece" ao chefe! Veja-se Kabul onde os defensores entregaram-se sem luta, apesar de bem armados! Ao contrário de Karzai Zelensky acridata na Liberdade e está disposto a morrer por ela!
  • Cidadao
    25 fev, 2022 Lisboa 22:18
    Sim mas nós Ocidente, queremos defender-nos? É que a desculpa de não querer começar uma guerra nuclear dá muito jeito para justificar a passividade com que o Ocidente tem assistido aos sucessivos desmandos de Putin, desde um ataque químico na Europa ao desvio e rapto de um avião onde viajava um opositor. Desde eliminação física de opositores em pleno solo Europeu, desde ciberataques, até invasões militares de Países soberanos. A tudo o Ocidente tem assistido com um encolher de ombros. Quando é que percebem que só a tiro é que param o tipo? Ele tem armas nucleares? Que coincidência, nós também. E temos mais que ele.

Destaques V+