26 fev, 2022 - 11:00 • Hugo Monteiro , Marta Grosso
A noite em Kiev "foi difícil" e, com as primeiras horas do dia, foi possível perceber que um edifício de habitações tinha sido "severamente atingido pelos bombardeamentos russos". O cenário é descrito à Renascença por Angelina Kariakina, jornalista e produtora da rádio e da televisão nacional da Ucrânia.
“Na área vizinha donde eu moro, um edifício de habitações foi bombardeado. Acabei de estar lá. Ninguém foi morto, embora o prédio tenha sido severamente bombardeado. Mas algumas pessoas ficaram feridas. Só por um milagre é que as pessoas que ali moravam estão vivas. Cruzei-me com eles há pouco. Estavam a sair de lá a chorar. Ainda agora consigo ouvir alguns bombardeamentos nos arredores de Kiev – nomeadamente na zona do aeroporto e não muito longe da principal estação de comboios”, relata.
A jornalista vive muito próximo do edifício atingido e, logo de manhã, deslocou-se ao local. Segundo o presidente da Câmara de Kiev, o ataque provocou 35 feridos, incluindo duas crianças.
Um edifício de habitações foi bombardeado. Acabei de estar lá. Só por um milagre é que as pessoas que ali moravam estão vivas
À Renascença, a jornalista e produtora conta que "muitos dos habitantes de Kiev passaram a noite nos abrigos, onde se esconderam dos bombardeamentos", depois de terem ouvido "as sirenes e os avisos para se protegerem".
"Não há indicações de grandes avanços das tropas russas na cidade durante a noite, embora os bombardeamentos continuem a acontecer. Ainda agora consigo ouvir alguns bombardeamentos nos arredores de Kiev – nomeadamente na zona do aeroporto e não muito longe da principal estação de comboios", descreve.
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“É absolutamente terrível o que está a acontecer agora, mas ninguém está pronto para entregar o seu país. Muitas pessoas – incluindo jovens, mulheres e idosos – estão a juntar-se à defesa territorial e ao Exército. Muitos ficam nas próprias casas e nas suas aldeias para lutar. Pegam simplesmente em armas e lutam”, conta Angelina Kariakina.
Muitas pessoas, incluindo jovens, mulheres e idosos, estão a juntar-se à defesa territorial e ao Exército.
O mesmo relato faz a jornalista da SIC, num especial para a Renascença, Irina Shev: “aqui em Kiev, a adesão voluntária às Forças Armadas, da defesa territorial, foi massiva. Muita gente mesmo. Falei com algumas mães de rapazes que se alistaram” e “não houve uma que não estivesse orgulhosa do filho”.
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