01 mar, 2022 - 13:37 • Inês Braga Sampaio , Marta Grosso com agências
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros voltou a apontar o dedo à Ucrânia para justificar a invasão do país. “A Ucrânia ainda tem tecnologias soviéticas” nucleares, afirmou Sergei Lavrov na reunião do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, em Genebra.
“Não podemos deixar de responder a este perigo real”, justificou numa mensagem pré-gravada, uma vez que não conseguiu voar para a Suíça por causa das sanções à Rússia.
“A Rússia não podia deixar de agir em relação a Donbas. O Presidente Putin declarou a independência de Donbas. Por isso, entrou com as suas forças armadas para cumprir para ter a estabilidade do país. O objetivo dos nossos atos é salvar vidas de pessoas e a desnazificação dos ucranianos para isto nunca mais acontecer”, destacou, repetindo o discurso que Moscovo tem feito desde o início da invasão, no dia 24 de fevereiro.
“A Ucrânia pretendia entrar na NATO. Foi de forma aberta que estiveram contra o território da Rússia. Todos os que estão contra a Rússia, estão contra a humanidade e contra os humanos”, declarou ainda, justificando: “estão aqui em causa princípios éticos, de não discriminação. A Ucrânia está a praticar atos de genocídio. Todos os direitos das pessoas estão a ser afetados, por isso têm de ser responsabilizados”.
Pelo menos dez pessoas morreram e dezenas ficaram (...)
Lavrov acusou o Ocidente de viver um “frenesim russófobo” e condenou o fornecimento de “armas letais a Kiev”.
“Para a Rússia, as vidas de cada habitante russo ou ucraniano, de Donetsk ou de Luhansk são tão valiosas como as vidas de europeus ou americanos”, afirmou, classificando a postura do Ocidente de “arrogante”, baseada “num sentido de superioridade, exclusividade e permissividade, que deve chegar ao fim”.
“A igualdade soberana dos Estados é o princípio fundamental da Carta da ONU. Aplica-se integralmente ao Conselho de Direitos Humanos. A Rússia está aberta a uma discussão equitativa e mutuamente respeitosa sobre quaisquer problemas; está pronto para buscar um equilíbrio justo de interesses”, garantiu ainda.
Depois, referindo-se às negociações entre a Ucrânia e a Rússia, que decorreram na segunda-feira e se repetem amanhã, quarta-feira, apelou a Kiev que assumisse as suas responsabilidades.
“Como sabem, a pedido de Zelensky, começaram as conversas entre representantes russos e a delegação de Kiev. Espero que o lado ucraniano perceba a gravidade da situação e a sua responsabilidade, a necessidade de demonstrar independência e vontade de negociar, e evite repetir o que aconteceu com os Acordos de Minsk”, avisou.
Mas todas estas palavras do chefe da diplomacia russa ficaram a ecoar numa sala quase vazia. Isto, porque, no momento em que começou a passar o discurso de Sergei Lavrov, os representantes dos países abandonaram a sala.
Ao minuto
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, ao (...)