01 mar, 2022 - 12:09 • Marta Grosso
Volodymyr Zelensky garantiu esta terça-feira que a União Europeia será mais forte com a Ucrânia.
Num discurso perante o Parlamento Europeu, o Presidente da Ucrânia afirmou: “Já provámos a nossa força. Somos iguais. Provem que estão connosco e que não nos abandonarão”, apelou.
“Hoje estamos a mostrar a todos o que somos e acredito que a União Europeia será mais forte connosco; sem vocês, Ucrânia estará só”, disse também, defendendo que só unidos a “vida poderá vencer a morte e a luz sobrepor-se à escuridão”.
Na sua intervenção, Zelensky recordou a resistência ucraniana à ofensiva russa. “Os ucranianos são incríveis. Estou contente por verem isso”, disse aos eurodeputados. “Hoje estamos a dar a vida para ser iguais. Estamos a sacrificar os melhores, os mais valiosos”, acrescentou.
O Presidente ucraniano lembrou que as forças russas mataram, na segunda-feira, 16 crianças. E recordando o violento ataque desta terça-feira de manhã a Kharkiv, uma cidade fronteiriça com a Rússia cheia de estudantes e onde as relações sempre foram amistosas.
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“Esta manhã foi muito trágica. Dois mísseis cruzeiro atingiram Kharkiv. É a cidade onde há mais universidades”, sublinhou.
O principal alvo foi a Praça da Liberdade, “a maior praça, a maior da Europa, podem imaginar? Este é p preço da liberdade. Estamos a lutar pela nossa terra. Ninguém vai interferir na nossa luta pela liberdade e, a partir de agora, todas as praças do país se chamarão ‘Praça da Liberdade’”.
“Ninguém nos vai quebrar. Somos fortes. Somos ucranianos”, destacou o líder da Ucrânia.
“O nosso povo está muito motivado. Estamos a lutar pelos nossos direitos, pela nossa liberdade e agora estamos a lutar pela sobrevivência. E é a nossa principal motivação, mas também sermos membros iguais da Europa”, reforçou Volodymyr Zelensky na sessão extraordinária do Parlamento Europeu dedicada ao conflito na Ucrânia, em Bruxelas.
No final, o Presidente ucraniano recebeu um forte e prolongado aplauso de pé por parte dos eurodeputados.
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O Parlamento Europeu adota nesta terça-feira uma resolução sobre a "agressão russa contra a Ucrânia". De acordo com o projeto do texto que irá a votos, os eurodeputados irão "exortar as instituições da UE a trabalharem no sentido de conceder à Ucrânia o estatuto de candidato à União Europeia, em conformidade com a artigo 49 do Tratado e com base no mérito".
A assembleia irá também defender que, "entretanto", prossiga o trabalho "no sentido da integração [da Ucrânia] no Mercado Único da UE, de acordo com as linhas do acordo de associação" existente.
A resolução será votada após o debate no hemiciclo de Bruxelas.
A sessão extraordinária do Parlamento Europeu foi aberta pela presidente do hemiciclo, Roberta Metsola, que teceu profundos elogios a Volodymyr Zelensky e à coragem do povo ucraniano.
Metsola afirmou também que o Parlamento Europeu apoia a atribuição de estatuto de candidato à União Europeia (UE) à Ucrânia, vincando que quer "enfrentar o futuro" com Kiev e apoiar "a luta pela sobrevivência".
"Reconhecemos a perspetiva europeia da Ucrânia. Como a nossa resolução afirma claramente, congratulamo-nos com a candidatura da Ucrânia ao estatuto de candidato [à UE] e, trabalharemos em prol desse objetivo", salientou, acrescentando: "Temos de enfrentar o futuro juntos".
Roberta Metsola assegurou ainda, dirigindo-se ao Presidente da Ucrânia, que "a Europa está pronta a ir ainda mais longe", nas sanções impostas à Rússia.
"Senhor Presidente, estamos consigo na sua luta pela sobrevivência, neste momento negro da nossa história", assegurou.
Os números estão a aumentar de forma "exponencial"(...)
Face à situação atual, a presidente do Parlamento Europeu defendeu medidas urgentes: "a Europa já não pode continuar a depender do gás do Kremlin" nem "pode acolher o dinheiro do Kremlin e fingir que não há compromissos"; devemos "avançar para ter uma verdadeira União de segurança e defesa" e para "combater a campanha de desinformação" russa.
O ataque da Rússia à Ucrânia começou na madrugada de dia 24 de fevereiro e já fez mais de 660 mil refugiados na Polónia, na Hungria, na Moldávia e na Roménia.
O Presidente russo justifica a "operação militar especial" na Ucrânia com a desmilitarização do país vizinho, a única maneira, no entender de Vladimir Putin de Moscovo se defender. A ofensiva durará o tempo necessário, avisou.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
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