05 mar, 2022 - 13:23 • Inês Braga Sampaio
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O Presidente da Rússia, Vladimir Putin avisou, este sábado, que a criação de uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia será considerada participação ativa na guerra entre os dois países.
"A Rússia considerará a introdução de uma zona de exclusão aérea na Ucrânia, por parte de qualquer país, como participação num conflito armado", sublinhou o líder russo, em conferência de imprensa.
A Ucrânia pediu que fosse criada uma zona de exclusão aérea para aeronaves russas, no entanto, a NATO não acedeu ao pedido. Os Estados Unidos também recusaram a medida, por não quererem entrar em guerra com a Rússia, e o Reino Unido assinalou que os mísseis antiaéreos entregues à Ucrânia terão quase o mesmo efeito, mas sem implicar o mesmo risco. O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelinsky, criticou a decisão da NATO e responsabilizou-a pela morte de mais ucranianos.
Este sábado, Putin colocou ainda mais pressão sobre os líderes do ocidente com este aviso. O Presidente da Rússia sublinhou, ainda, que as sanções que têm sido aplicadas ao seu país "são equivalentes a uma declaração de guerra, embora ainda não tenha chegado a isso".
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Vladimir Putin salientou que a decisão de invadir a Ucrânia foi "muito difícil" e voltou a insistir que o grande objetivo e "exigência chave" da Rússia, neste conflito, é a "desmilitarização" daquele país:
"A Ucrânia já tem recursos nucleares e militares desde os tempos da União Soviética e a hipótese de produção de armas nucleares por parte da Ucrânia é real. A partir daí, o destino da Rússia será diferente. É necessário o estado neutral da Ucrânia, para que não se junte à NATO."
A destruição das infraestruturas militares da Ucrânia "está quase terminada". Contudo, se a liderança da Ucrânia continuar no mesmo caminho, "a condição de Estado da Ucrânia será colocada em causa".
Putin referiu, ainda, que não pretende declarar lei marcial na Rússia.
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Vladimir Putin apresentou uma versão diferente dos factos.
"Eles telefonaram desde Kiev, pediram para fornecermos um corredor humanitário. A nossa gente reagiu imediatamente e suspendeu as hostilidades. Mas os neonazis não deixam ninguém sair e usam as pessoas como escudos humanos", acusou o Presidente da Rússia.
O líder russo alegou, ainda, que na Ucrânia, "aqueles que se opõem à guerra contra a Rússia são abatidos sem julgamento e investigação".
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar à Ucrânia e as autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. De acordo com dados da ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.