08 mar, 2022 - 14:15 • Rosário Silva
Veja também:
O aviso chega pela voz do vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis: se o Presidente russo não for travado na Ucrânia, pode ir mais longe na sua incursão militar.
“É provável que Vladimir Putin amplie as suas ambições militares e desafie a NATO nos países do mar Báltico da Lituânia, Letónia e Estónia, a menos que seja travado na Ucrânia”, advertiu o também responsável pelas pastas económicas e financeiras da União Europeia (UE), em entrevista ao jornal POLITICO Europe.
Valdis Dombrovskis que cresceu no seio da ex-União Soviética, voltou a reforçar que a UE tem mesmo de levar a sério a ameaça russa, depois de anos de equívoco por parte de Bruxelas relativamente a Moscovo.
"Se não apoiarmos a Ucrânia, esta ação não vai parar, pois é evidente que Putin está agora em clima de guerra agressivo e, infelizmente, é provável que esta agressão continue noutros países", referiu o antigo primeiro-ministro da Letónia.
A Lituânia, a Letónia e a Estónia, hoje países que integram a UE e a NATO, são agora “uma preocupação”, de acordo com o vice-presidente da Comissão Europeia.
"Se olharmos para a escalada da retórica agressiva da Rússia e mesmo para as declarações, segundo as quais a Rússia apoia os interesses bielorussos em ter acesso ao mar Báltico, e para a crescente retórica anti-báltico, bem, na Ucrânia também começou com a crescente retórica anti-ucraniana", recorda.
De resto, já não é de agora que Dombrovskis alerta para a ameaça que chega da Rússia, com os países bálticos na mira de Putin, um presidente que está longe de estar pacificado.
"Até que ponto estamos a ceder a esta chantagem que pode ser usada a qualquer hora, contra tudo e todos?”, questiona, o responsável.
“Putin vai continuar as suas guerras agressivas e vai sempre usar a chantagem", refere, lembrando que “são lições que já deveriam ter sido aprendidas”.
Para o governante “o apaziguamento do agressor não está a funcionar”, sendo necessário detê-lo “por todos os meios".
Nestas declarações, Dombrovskis mostra-se igualmente cético em relação às aberturas diplomáticas a Putin, questionando se trazem “resultados tangíveis em termos por termo à guerra ou, pelo menos, proporcionar um cessar-fogo ou corredores humanitários”.
“Atualmente, nenhum destes, infelizmente, se materializou", lamenta, recordando os esforços que têm sido feitos, nomeadamente, pelo Presidente francês Emmanuel Macron.