09 mar, 2022 - 06:49 • Carla Caixinha
A mulher do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky usou o Facebook para publicar uma carta aberta aos meios de comunicação social, que lhe têm feito vários pedidos de entrevista.
No texto, Olena Zelenska lembra as crianças mortas durante o conflito, os cidadãos que tiveram de fugir e a destruição das cidades. Volta também a pedir uma zona de exclusão aérea.
“Era impossível acreditar no que aconteceu há pouco mais de uma semana. Meu país era pacífico e metrópoles, cidades e vilas estavam cheias de vida habitual”, começa por dizer.
Depois sublinha: “Apesar da garantia dos propagandistas do Kremlin que chamam esta invasão de ‘operação especial’, é o assassinato de pessoas pacíficas!”
Segundo Olena, “gabaram-se de que os ucranianos os recebiam com flores, como libertadores, mas os ucranianos saudaram-nos com cocktails Molotov”.
“O primeiro filho da guerra viu o teto de concreto da cave, a sua primeira respiração foi o ar acre do subterrâneo, e foi recebido por uma comunidade presa a aterrorizada. Nesta altura há dezenas de crianças que nunca conheceram a paz nas suas vidas”, escreveu ainda.
A primeira-dama deixa um agradecimento especial por toda a ajuda que tem chegado e apela a mais apoio humanitário.
“Com esta carta, também declaro e digo ao mundo: a guerra na Ucrânia não é uma guerra “algures por aí”. Esta é uma guerra na Europa e nas fronteiras da União Europeia. A Ucrânia está a parar uma potência que pode invadir as vossas cidades amanhã de forma mais agressiva sob o pretexto de salvar civis. Se não pararmos Putin, que está a ameaçar com uma guerra nuclear, não haverá lugar seguro no mundo.”
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.