10 mar, 2022 - 10:55 • Olímpia Mairos
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O governador do Banco Central da Ucrânia defende que os ativos russos que foram congelados devem ser usados para reconstruir a Ucrânia após a guerra.
Em entrevista à BBC, Kyrylo Shevchenko considera que a Rússia deveria, eventualmente, ser obrigada a pagar para reparar os danos causados durante a invasão.
“A necessidade de dinheiro será enorme”, destacou, indicando que “poderia ser disponibilizado através de empréstimos e subvenções de organizações multinacionais e ajuda direta de outros países. No entanto, uma grande parte do financiamento é necessária para ser obtida como uma reparação do agressor, incluindo fundos que estão atualmente congelados nos nossos países aliados”, explicou.
O governador acredita que grande parte das reservas cambiais da Rússia, mantidas fora do país, serão efetivamente congeladas pelas sanções nos EUA, na UE e em outros países.
No dia em que Londres anuncia novas sanções contra oligarcas russos, incluindo Abramovich, o dono do Chelsea, na “lista negra”, o governador do Banco Nacional da Ucrânia pede mais sanções à Rússia, que devem passar pelo corte de pagamentos com cartões até a suspensão do acesso russo ao FMI.
“Todos os dias em que as sanções são adiadas “custam a vida de civis e crianças”, disse.
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Nesta entrevista, Shevchenko alerta, ainda, que a Rússia está a usar as suas capacidades de recursos energéticos para pressionar a Europa, sendo que a energia é também uma das principais narrativas dos órgãos de comunicação social russos para desinformar o povo russo sobre a relutância do Ocidente em tomar medidas mais duras, por medo de perder o acesso ao petróleo e gás russos.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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