16 mar, 2022 - 09:20 • Olímpia Mairos , com Redação
Chama-se Marina Ovsyannikova vive em Moscovo e trabalha no Channel One, o canal televisivo russo e próximo do Kremlin. Nas redes sociais conta que é adepta de fitness e de natação de águas abertas, uma mãe feliz e apaixonada por cães da raça ‘golden retrievers’.
Ficou conhecida por ter exibido um cartaz de protesto contra a guerra na televisão quando estava a decorrer o noticiário. Agora, é apelidada por muitos como a "mulher coragem".
Está também a tornar-se, por isso, num rosto da oposição à investida russa na Ucrânia, arriscando um preço elevado.
Depois de ter sido detida pelas autoridades russas, Marina Ovsyannikova esteve incontactável quase 24 horas.
Na altura e temeu-se o pior até porque a Rússia tem agora uma nova lei que prevê até 15 anos de cadeia, de acordo com a revisão aprovada na semana passada no código criminal do país contra as chamadas “fake news”.
A verdade é que Marina acabou por sair em liberdade depois de pagar uma multa a rondar os 250 euros. Foi julgada por ter organizado um evento público não autorizado.
Quando foi libertada garantiu que não tinha intenções de organizar uma manifestação pública não autorizada e que tomou a decisão de invadir o estúdio sozinha. “Foi a minha decisão antiguerra. Eu tomei esta decisão sozinha, porque não apoio a invasão da Rússia. Isto é terrível”.
Marina Ovsyannikova estava acusada de "organizar u(...)
No Telegram, surgiram diferentes grupos em seu nome, com as imagens da libertação a serem difundidas e várias mensagens de solidariedade.
Entretanto, a França já lhe ofereceu asilo político e a União Europeia (UE) aplaudiu na terça-feira a coragem da jornalista que interrompeu o noticiário mais visto exibindo um cartaz contra a invasão da Ucrânia e de todos os cidadãos russos que exprimem a sua oposição ao regime de Vladimir Putin.
“Aplaudimos a contínua coragem dos valentes cidadãos russos, e dos cidadãos russos amantes da paz, que ousam expressar a sua oposição a esta guerra de Putin, apesar de todas as restrições existentes”, disse, no 'briefing' diário da Comissão Europeia, o porta-voz para os Negócios Estrangeiros, Peter Stano.
O mais provável é que esta pivô da televisão russa não volte a aparecer no pequeno ecrã, mas a sua mensagem ficou “não acreditem na propaganda”.
“Não à guerra”, “Não acreditem na propaganda”, “Aqui mentem-vos” e “Os russos são contra a guerra” foram as frases exibidas no cartaz, onde estavam ainda desenhadas as bandeiras russa e ucraniana.