17 mar, 2022 - 11:12 • Olímpia Mairos
Hassan Alkhalaf, o rapaz de 11 anos, que saiu da cidade de Zaporíjia, por conta própria e andou 17 horas a pé até a fronteira para se juntar ao seu irmão que estuda na Eslováquia, já está com a mãe.
O menino fez a viagem no início de março, chamou a atenção dos meios de comunicação após a polícia local ter publicado a sua história no Facebook, chamando-o de “herói”.
A mãe do menino, viúva, não podia deixar a avó em casa, então enviou a criança sozinha para uma viagem de mais de 1.000 km para a Eslováquia, onde o irmão mais velho está a estudar. Hassan chegou apenas com um saco plástico, passaporte e um número de telefone escrito na sua mão.
Entretanto, a mãe de Hassan conseguiu também fugir do país, e reuniu-se esta quarta-feira com o filho.
A polícia da Eslováquia partilhou na sua página de Facebook, várias fotografias da chegada da mãe ao país, o processo pelo qual passou para dar entrada no mesmo e, finalmente, o reencontro com a família.
“A ameaça dos bombardeamentos russos convenceu a mãe a pelo menos tentar escapar com a avó. Também trouxeram o cãozinho. Depois de uma viagem muito difícil no comboio de evacuação, conseguiram chegar”, lê-se na publicação.
Hassan está, assim, de novo com a família, a mãe, a avó e o irmão de 20 anos que já se encontrava na Eslováquia a estudar.
“Perderam tudo de novo, mas dessa vez a guerra não lhes tirou ninguém. Eles estão juntos e é isso que importa”, escreve a polícia referindo que esta não foi a primeira vez que a família de Hassan fugiu da guerra.
Há anos também tiveram que deixar a Síria de repente, embora o pai não o tenha conseguido. Foi então que a família se fixou na Ucrânia.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 726 mortos e mais de 1.170 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.