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​Polónia continua disponível para receber refugiados, mas precisa de ajuda da UE

15 mar, 2022 - 16:35 • Filipa Ribeiro

A embaixadora da Polónia em Portugal destaca o papel do povo polaco no acolhimento das famílias que estão a fugir da guerra. Joanna Pilecka fala na maior crise humanitária e admite que o país precisa de ajuda.

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A maioria dos ucranianos que fogem da guerra escolhem a Polónia como primeiro destino. Nas últimas três semanas, chegaram ao país quase dois milhões de refugiados. Ainda assim, o país diz estar disponível para receber mais pessoas. O segredo está na “solidariedade do povo polaco”, explica à Renascença a embaixadora da Polónia em Portugal.

À margem de uma cerimónia para assinalar os cem anos de relação diplomática entre a Polónia e Portugal, Joanna Pilecka mostrou não ter dúvidas de que a onda de refugiados a que assistimos é já a “maior crise humanitária desde a Segunda Guerra”.

A embaixadora realça que a Polónia tem estado sempre pronta a responder não só a nível governamental, como também através das pessoas. “Como é que na Polónia não foram criados campos de refugiados? As pessoas abriram as suas portas, o povo polaco que lutou pela liberdade tantas vezes sabe o significado da palavra solidariedade”, diz Joanna Pilecka.

Para incentivar o acolhimento de refugiados no país, o governo da Polónia anunciou um novo apoio de 1.200 zloti , cerca de 250 euros, para as famílias que acolherem ucranianos em casa. O valor é atribuído por cada refugiado acolhido.

Apesar de todos os apoios criados e do possível fim dos recursos, a embaixadora polaca diz que a Polónia não teme o aumento da crise porque parte dos refugiados estão a utilizar o país apenas como porta de entrada para outros países. Joanna Pilecka dá a Alemanha como exemplo.

De acordo com a embaixadora, o número de refugiados a querer viajar para Berlim é tão elevado que o governo alemão anunciou no início desta semana o fim das viagens de comboio para a Polónia – “não por outras razões, mas porque o governo alemão se quer organizar para receber tanta gente”, explica.

Joanna Pilecka assegura que a Polónia continua preparada para receber refugiados. Já sobre o aproximar dos ataques russos à fronteira da Ucrânia com a Polónia, a embaixadora não quis comentar se o país está ou não preparado para uma possível invasão.

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