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“Rússia é um Estado terrorista”, acusa Zelensky após ataque a teatro-abrigo

17 mar, 2022 - 06:17 • Redação com Lusa

Fonte da autarquia da cidade dizem que cerca de mil civis estavam abrigados neste edifício. Moscovo nega autoria do ataque.

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O Presidente da Ucrânia acusou a Rússia de causar “centenas de vítimas” no bombardeamento de um teatro em Mariupol (sudeste).

“Em Mariupol, a Força Aérea Russa lançou conscientemente uma bomba no Teatro Dramático, no centro da cidade”, disse Volodymyr Zelensky, na noite de quarta-feira, acrescentando ser “ainda desconhecido o número de mortos”.

“A guerra não parou ainda. Os crimes de guerra russos continuam. A economia russa ainda consegue manter a sua máquina militar, por isso é que precisamos e mais sanções. O mundo deve finalmente reconhecer que a Rússia se tornou num Estado terrorista.”

“Cidadãos russos, como é que o cerco a Mariupol é diferente do cerco a Leningrado, durante a Segunda Grande Guerra?”, questionou.

Mais de mil pessoas estavam no teatro, de acordo com uma mensagem da prefeitura de Mariupol na plataforma Telegram.

Autoridades ucranianas publicaram uma foto que parece mostrar o prédio de três andares em chamas e devastado por uma explosão.

Para o prefeito de Mariupol, Vadym Boichenko, o ataque só pode ser descrito como um genocídio: “o genocídio da nossa nação, do nosso povo ucraniano”.

“As pessoas estavam escondidas lá. Algumas tiveram sorte de sobreviver, mas infelizmente nem todas tiveram sorte”, lamentou num vídeo.

O Ministério da Defesa russo negou ter bombardeado a cidade e alegou que o edifício foi destruído pelo batalhão ultranacionalista ucraniano Azov.

Na semana passada, Moscovo já tinha culpado o mesmo batalhão pelo bombardeamento de uma maternidade e hospital pediátrico perto de Mariupol, que causou três mortos e 17 feridos.

A empresa norte-americana de tecnologia espacial Maxar Technologies, especializada em imagens de satélite, divulgou uma foto do teatro que disse ter tirado na segunda-feira. Nesta foto, vista pela agência de notícias France Presse, a palavra “crianças” estava escrita no chão, em enormes letras brancas e em russo, na frente e nas traseiras do edifício.

A situação é desesperada, há dias, em Mariupol, cidade portuária estratégica, situada na costa do mar Azov, entre a península da Crimeia (anexada pela Rússia em 2014) e o leste separatista de Donbass, pelo que a conquista é um objetivo prioritário das tropas russas.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 726 mortos e mais de 1.170 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

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