19 mar, 2022 - 14:31 • Lusa
O primeiro-ministro luxemburguês, Xavier Bettel, voltou a falar, este sábado, por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, a quem deixou claro que as imagens de ataques contra civis na Ucrânia são "intoleráveis" e a quem apelou para negociar e a um cessar-fogo.
Bettel explicou em comunicado que esta é a segunda vez que fala com Putin esta semana, o que, na sua opinião, revela "a gravidade da situação na Ucrânia".
"Já conhece a motivação das minhas chamadas", disse o líder de Luxemburgo a Putin, a quem pediu uma "redução da escalada, a adoção de um cessar-fogo e o compromisso com um processo de negociação".
Bettel recordou que, na última conversa com Putin, já tinha defendido a preferência por encontrar uma solução negociada para o conflito, mas sublinhou que a situação no terreno, "já catastrófica, agravou-se ainda mais", sobretudo na cidade de Mariupol.
"Estou profundamente chocado com os ataques a instalações civis. As imagens a que estamos a assistir são intoleráveis", disse o primeiro-ministro do Luxemburgo.
Por isso, insistiu no apelo do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para que as negociações sejam feitas "ao mais alto nível, de presidente a presidente, em reunião presencial".
"Esta tragédia deve terminar e este ataque contínuo contra a Ucrânia deve ser interrompido imediatamente. Ninguém tem nada a ganhar com estes confrontos, nem a Rússia, nem a Europa e certamente nem a Ucrânia", reiterou Bettel, detalhando que a conversa com Putin foi "franca" e que ambas as partes prometeram manter o contacto.
O primeiro-ministro luxemburguês assegurou que irá informar as autoridades ucranianas sobre a conversa com Putin.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 816 mortos e 1.333 feridos entre a população civil, incluindo mais de 130 crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,3 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.