21 mar, 2022 - 04:23 • Redação com Lusa
O Governo ucraniano e as autoridades de Mariupol rejeitaram o ultimato lançado pela Rússia. A Ucrânia recusou-se a depor as armas naquela cidade sitiada, contrariando a exigência feita pela Rússia, que em troca se comprometia com a abertura de uma passagem segura para fora daquela cidade.
A Rússia ordenou, no domingo, às forças ucranianas que abandonem a cidade de Mariupol, cercada há semanas e em grande parte já destruída, até às primeiras horas da manhã desta segunda-feira. Em troca, as forças russas autorizariam dois corredores humanitários para saída da cidade.
No entanto, a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Irina Vereshuchuk, afirmou que “a rendição não é solução”.
Em declarações ao canal ucraniano Pravda, citadas pela agência Associated Press, Irina Vereshuchuk declarou: “Não se pode falar em rendição, deposição de armas. Já informámos o lado russo sobre isto”.
O chefe do centro de controlo da Defesa Nacional Russa, Mikhail Mizintsev, anunciou, citado pela agência espanhola EFE, que todos os elementos do exército ucraniano poderão abandonar a cidade entre as 10h00 e as 12h00 (menos duas horas em Lisboa), bem como todos os “mercenários estrangeiros”.
A cidade de Mariupol, que tem sofrido episódios de bombardeamento pesado das forças russas, está sem alimentos, água e energia. Os relatos que saem da localidade são de uma extrema violência e destruição, com cadáveres espalhados pelas ruas.
Em comunicado, a organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) lembra que as autoridades locais estimam em 3.000 o número de mortos na cidade, que terá 80% dos edifícios destruídos. Nem um número nem outro foi verificado de forma independente.
A HRW sublinhou que o Tribunal Penal Internacional, a comissão de inquérito do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas e outras jurisdições relevantes “devem investigar potenciais crimes de guerra em Mariupol, com vista a processar os mais responsáveis”.