29 mar, 2022 - 07:50 • Lusa
A invasão russa da Ucrânia é uma "repetição" da situação na Síria, com uma "multiplicação de crimes de guerra" após um mês de conflito, alertou a Amnistia Internacional (AI) na apresentação do seu relatório anual.
"Estamos [a assistir] a ataques intencionais a infraestruturas civis, casas ou bombardeamentos de escolas", sublinhou a secretária-geral da Organização Não-Governamental (ONG), Agnès Callamard, acusando a Rússia de permitir que corredores humanitários se transformem em "armadilhas de morte".
Segundo Marie Struthers, diretora da Amnistia Europa Oriental e Ásia Central, os investigadores desta ONG documentaram durante dez dias na Ucrânia o uso "das mesmas táticas usadas na Síria ou na Chechénia", incluindo ataques contra civis e o uso de armamento proibido pelo direito internacional.
A responsável, que falava na África do Sul, dirigiu-se às cerca de 20 nações africanas que, no início de março, se abstiveram durante a votação de uma resolução das Nações Unidas, que pedia a retirada das forças russas, insistindo que "perante a Rússia, não pode haver neutralidade".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.151 civis e feriu 1.824, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,8 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos. A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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