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Saiba o que a Ucrânia exige para ser um estado neutral

29 mar, 2022 - 21:26 • Redação

Os ucranianos avançaram com propostas com o objetivo de o país se transformar num estado neutral. Este foi um dos principais desenvolvimentos nas negociações entre a Ucrânia e a Rússia desta terça-feira.

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A Ucrânia aceitou esta terça-feira negociar o estatuto de estado neutral como parte do pacote de medidas para terminar com a invasão russa que dura há mais de um mês. Os ucranianos querem garantia de segurança de um conjunto vasto de outros países no caso de um ataque militar aquele país.

Esta foi uma das ideias que esteve em cima da mesa nas negociações que decorreram esta terça-feira em Istambul, na Turquia, entre a Rússia e a Ucrânia.

Um dos principais avanções neste novo encontro foi o de a Ucrânia afirmar que aceitaria o estatuto de neutralidade - o que automaticamente significaria que não se juntaria a alianças militares, incluindo a NATO, ou abrigaria bases militares de outros países.

Mas em troca, a Ucrânia exige que haja garantias de segurança de outros países.

Entretanto, e já mais tarde, a Ucrânia divulgou mais detalhes dessa proposta, que foram anunciadas pela primeira vez pelo chefe da delegação ucraniana, David Arakhamia.

Arakhamia disse que a Ucrânia queria um tratado internacional assinado por países "responsáveis pela segurança", que incluiria várias regras:

  • Uma cláusula que garante que após três dias do início de uma guerra, agressão ou operação militar, os países responsáveis seriam legalmente obrigados a fornecer assistência militar à Ucrânia;
  • Esse auxílio terá de se traduzir na forma de armamentos e no "encerramento do espaço aéreo " - ou seja, uma zona de exclusão aérea, que o Ocidente até agora recusou na guerra na Ucrânia;
  • Os responsáveis pela segurança da Ucrânia seriam os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU: Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Federação Russa, mas "isso deverá ser discutido separadamente";
  • A Ucrânia também quer ver Turquia, Alemanha, Canadá, Itália, Polónia e Israel entre os países que ficariam obrigados a prestar apoio ao país no caso de um ataque;
  • As garantias de segurança não se aplicariam "temporariamente" aos territórios ocupados de Donetsk e Luhansk;
  • A Ucrânia espera que todos estes países não se oponham à adesão da Ucrânia à União Europeia e a ajudem neste processo

No final, Mykhailo Podolyak, assessor do chefe do Gabinete do Presidente da Ucrânia, ressalvou que todas as propostas da delegação ucraniana precisariam do apoio dos ucranianos.

"Isso é o principal. Precisamos ter o apoio da sociedade para que este acordo se consolide para nós", disse.

A Rússia ainda não respondeu aos pedidos da Ucrânia de status neutro.

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