30 mar, 2022 - 17:26 • Lusa
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O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, avisou hoje que o presidente russo "não é de confiança" quando questionado se o presidente francês, Emmanuel Macron, deve continuar a falar com Vladimir Putin sobre a guerra na Ucrânia. .
"É muito importante que a unidade do Ocidente e da NATO seja recordada e priorizada. A questão da negociação com Vladimitir Putin e o valor dessas negociações está em aberto. Na minha opinião, claramente Putin não é de confiança", afirmou, durante uma audição parlamentar esta tarde. .
Johnson vincou que é importante que "o que seja que venha a acontecer, deve ser aquilo que os ucranianos querem e cabe a eles decidir o futuro dele". .
Sobre se concorda que Putin deve ser removido do poder, o primeiro-ministro britânico disse "perceber" porque o presidente norte-americano, Joe Biden, defendeu que o presidente russo "não pode permanecer no poder".
Em entrevista ao The Sunday Times, Boris Johnson a(...)
"Compreendo as frustrações das pessoas com Putin. Desejar uma mudança de governo em si não é algo ignóbil", comentou, enfatizando a seguir que "não é o objetivo do Governo britânico" a mudança de regime na Rússia.
"Nós estamos simplesmente a tentar ajudar a proteger a população ucraniana e a protegê-los de violência totalmente bárbara e injustificada", vincou.
O primeiro-ministro britânico manifestou determinação em "acelerar" o apoio à Ucrânia na defesa e reiterou a recusa em levantar sanções económicas à Rússia "simplesmente porque houve um cessar fogo" no caso de este ser acordado. .
O Ocidente, disse, "deve continuar a intensificar as sanções com um programa contínuo até que todas as tropas saiam da Ucrânia", incluindo a Crimeia, anexada ilegalmente pela Rússia em 2014.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.179 civis, incluindo 104 crianças, e feriu 1.860, entre os quais 134 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,9 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.