02 abr, 2022 - 01:44 • João Carlos Malta
Veja também:
Esta sexta-feira, no 37º dia de guerra, o conflito ficou marcado por o retomar das negociações anunciado pela Rússia e a Ucrânia. Mas ao contrário do que já aconteceu no passado, as mesmas não vão ocorrer de forma presencial.
"Continuamos as negociações por videoconferência. As nossas posições sobre a Crimeia e Donbass [leste ucraniano] não mudaram”, informou o negociador russo Vladimir Medinsky, na sua conta da rede social Telegram, referindo-se à península anexada por Moscovo em 2014 e à região das duas repúblicas separatistas parcialmente sob controlo de movimentos pró-russos.
Também Mykhailo Pololiak, negociador ucraniano, confirmou o retomar das negociações por videoconferência, acrescentando que o encontro está a ser realizado entre vários subgrupos de trabalho.
Euranet
Paulo Rangel e Jorge Vasconcelos analisam as opçõe(...)
Entretanto, as conversações podem ser perturbadas por um novo facto. Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, admite que o ataque ucraniano a um depósito de combustível situado numa cidade russa, Belgorod, pode afetar as negociações entre a Rússia e a Ucrânia.
“Está claro que não se pode considerar isto como algo que vai criar as condições apropriadas para a continuidade das negociações”.
#UPDATE The Kremlin said Friday that a reported Ukrainian airstrike on a fuel depot in western Russia will hinder future peace talks pic.twitter.com/PzzRZj0TLa
— AFP News Agency (@AFP) April 1, 2022
Em relação à política economica da Rússia, o ex-presidente e vice-chefe do conselho de segurança, Dmitry Medvedev, avisou que as exportações russas no futuro irão apenas para os amigos. “Só forneceremos produtos alimentares e agrícolas aos nossos amigos”, disse Medvedev nas redes sociais, citado pela Reuters.
“Felizmente temos muitos, e eles não estão na Europa ou na América do Norte.”
Os produtos agrícolas estarão disponíveis “em rublos e na moeda nacional dos países amigos, em proporção acordada”, disse ainda Medvedev.
Esta informação consta do terceiro relatório seman(...)
O que não pára de aumentar é o número de refugiados: são mais de 4,1 milhões de pessoas as que já fugiram da Ucrânia desde a invasão ordenada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, em 24 de fevereiro.
Os dados divulgados hoje pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Desde 22 de março, o fluxo de refugiados diminuiu acentuadamente, para cerca de 40.000 travessias diárias.
“Forçados a fugir para se manterem vivos. Forçados a abandonar as suas casas. Forçados a separarem-se das suas famílias. Esta tragédia tem de acabar”, sublinhou o ACNUR.
No total, mais de 10 milhões de pessoas, ou seja, mais de um quarto da população da Ucrânia, tiveram de abandonar as respetivas casas na sequência da ofensiva militar russa.
Ao minuto
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, ao (...)
Por fim, num levantamento não exaustivo divulgado hoje, feito a partir de imagens de satélite e de testemunhos recolhidos, a UNESCO revela que ficaram destruídos ou danificados 29 locais religiosos, 16 edifícios históricos, quatro museus e quatro monumentos.
Entre os sítios atingidos estão o museu Ivankiv de Kiev, a igreja ortodoxa de Kamaianka, em Izium, e uma outra em Zadonsky, na região de Zaporijia.
Segundo a agência France-Presse, a UNESCO não tem ainda informações sobre o nível de destruição em Mariupol e Kherson, ocupadas pelas forças russas.
Espera-se que Moscovo responda a uma série de prop(...)