11 abr, 2022 - 22:15
"As forças de defesa de Israel devem exercer a máxima contenção e usar a força letal apenas como último recurso, quando estritamente inevitável, para proteger a vida", realçou António Guterres, através do seu porta-voz, Stéphane Dujarric.
Guterres manifestou também a "profunda preocupação" com a escalada da violência e assegurou que as Nações Unidas continuarão a trabalhar com todas as partes para tentar reduzir a tensão.
A mensagem das Nações Unidas surge após o Exército israelita ter matado quatro palestinianos na Cisjordânia em 24 horas.
A última vítima conhecida foi um jovem de 17 anos, que morreu após ter sido atingido por tiros das forças israelitas durante uma operação na cidade de Jenin.
O diplomata português salientou, através do seu porta-voz, que "as crianças nunca podem ser alvo de violência ou serem colocadas em perigo".
No domingo, o Exército israelita matou uma mulher palestiniana desarmada que corria na direção dos soldados.
No mesmo dia, uma outra mulher morreu após ser atingida por tiros da polícia israelita em Hebron, depois de ter esfaqueado um agente.
Os militares também mataram no domingo um jovem palestiniano que tinha arremessado bombas incendiárias improvisadas ("cocktail molotov") contra veículos civis.
Estes incidentes ocorrem durante uma escalada de tensão na região, após quatro ataques mortais em Israel nas duas últimas semanas.
Desde 22 de março, Israel foi atingido por quatro ataques, os dois primeiros árabes israelitas ligados à organização 'jihadista' Estado Islâmico e os outros dois por palestinianos da região de Jenin.
Os dois ataques fizeram um total de 14 mortes.
O último ocorreu na quinta-feira, quando um palestiniano matou três pessoas num bar no centro de Telavive.
A escalada de violência levou as forças israelitas a realizarem extensas operações de detenção na Cisjordânia, com especial incidência na zona norte de Jenin, o que resultou em confrontos armados que causaram várias mortes e dezenas de feridos.
Segundo uma contagem da AFP, 14 palestinianos, incluindo os atacantes, foram mortos desde 22 de março.