12 abr, 2022 - 12:53 • Diogo Camilo
O presidente russo, Vladimir Putin, disse esta terça-feira que uma guerra na Ucrânia era “inevitável” e “apenas uma questão de tempo” depois do país “se ter tornado numa base de operações anti-Rússia”.
Num discurso durante uma entrega de prémios no Cosmódromo de Vostochny, o líder do Kremlin voltou a lançar acusações sobre nazismo sobre o povo ucraniano, justificando que a “operação militar especial” tem como objetivo “salvar as pessoas” de Donbass e “garantir a segurança da própria Rússia”.
Putin mantém que uma invasão da Ucrânia foi a “decisão certa” e que a operação militar “irá alcançar os seus objetivos” que são “absolutamente claros e nobres”.
“O principal objetivo é ajudar as pessoas de Donbass, o povo de Donbass, que reconhecemos porque as autoridades de Kiev, encorajadas pelo Ocidente, recusaram implementar os Acordos de Minsk, com o intuito de alcançar uma solução pacífica para os problemas de Donbass”, disse Putin, acrescentando que a Rússia “não teve outra opção” senão avançar com uma ofensiva militar.
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“A Ucrânia começou a transformar-se numa base de operações anti-Rússia, começou a fazer crescer sementes de nacionalismo e neo-nazismo que já estavam lá há muito tempo. Os neo-nazis foram cultivados lá deliberadamente e o conflito da Rússia com estas forças era inevitável; estavam apenas a escolher a altura certa para atacar”, afirmou, citado pela agência russa TASS.
O presidente russo elogiou ainda a “coragem” demonstrada por soldados russos na Guerra na Ucrânia, acrescentando que militares têm atuado de maneira “própria, profissional e eficaz”.
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Também esta terça-feira, o jornal britânico The Independent avança que Vladimir Putin terá ordenado o exílio de quase 100 mil refugiados ucranianos para zonas remotas da Rússia, para as regiões da Sibéria e do Círculo Polar Ártico.
A publicação, que teve acesso a documentos do Kremlin, indica que foi dada, em março, ordem de urgência para “mover pessoas da Federação Russa, Ucrânia, Donetsk e Lugansk” para “longe das zonas de guerra” considerando “a atual situação” na Ucrânia.
O decreto aprovou assim a “distribuição” de cidadãos para “entidades constituintes da Federação Russa”, solicitando às autoridades locais que “assegurem a recepção de 95.739 pessoas”.
Entre as regiões previstas para receber refugiados ucranianos estavam a Sibéria (com 11.398), o Extremo Oriente Russo (com 7.218) e o Norte do Cáucaso (com 7.023), além de outras áreas remotas e altamente militarizadas como a Chechénia ou o Daguestão.
Segundo dados do Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, até 11 de abril, a Rússia indicou ter registado a entrada de mais de 400 mil ucranianos desde o início da guerra.