13 abr, 2022 - 09:40 • Lusa
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Mais de mil militares da Ucrânia renderam-se às forças da Rússia em Mariupol, cidade cercada há semanas, avança Moscovo esta quarta-feira.
"Na cidade de Mariupol, na área da metalúrgica Ilyich, 1.026 militares ucranianos da 36.ª brigada de infantaria da Marinha depuseram voluntariamente as armas e renderam-se", disse o Ministério russo num comunicado.
Segundo a mesma fonte, 150 militares ficaram feridos e foram tratados no hospital da cidade.
Durante a noite, uma reportagem da televisão pública russa transmitida no Rossiya 24 anunciou a rendição de mais de mil soldados ucranianos em Mariupol. As filmagens mostraram homens em uniformes de camuflagem a carregar feridos em macas ou a ser interrogados em pé no que parece ser um porão.
Kiev ainda não confirmou esta situação e um porta-voz do Ministério de Defesa ucraniano apenas disse: “Não temos qualquer informação”.
Contudo, o jornal The Gardian cita um soldado britânico a combater em Mariupol que terá avisado os pais que teria de se render.
Aiden Aslin disse à família e aos amigos que a sua unidade ficou sem comida ou munições e que não conseguiriam aguentar perante um cerco russo cada vez mais apertado.
Já a mãe do soldado revelou: “Ele ligou-me e disse que já não tinham armas para combater”.
Na terça-feira, as autoridades regionais do sudeste da Ucrânia estimaram em pelo menos 20 mil mortos o número de vítimas em Mariupol, bombardeada por mais de 40 dias.
A luta está agora concentrada na gigantesca zona industrial da cidade.
Tomar Mariupol permitiria aos russos consolidar os seus ganhos territoriais na faixa costeira ao longo do Mar de Azov, ligando a região de Donbass à península da Crimeia, que os russos anexaram em 2014.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior. A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 4,5 milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.