14 abr, 2022 - 10:14 • Redação com agências
A Rússia deixa ameaça no ar: Se a Finlândia e a Suécia se juntarem à NATO, Moscovo vai tomar medidas no Báltico.
“Não se pode continuar a falar de qualquer estatuto livre de armas nucleares para o Báltico - o equilíbrio deve ser restaurado. Até hoje, a Rússia não tomou tais medidas e não iria tomar”, disse Dmitry Medvedev citado pela agência Reuters.
A confirmar-se a adesão, a Moscovo não terá outra hipótese senão reforçar as suas defesas na região e pôr fim às conversas sobre um espaço livre de armamento nuclear no Báltico.
Medvedev é vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia desde 2020, foi presidente e primeiro-ministro da Rússia e é um aliado de longa data de Vladimir Putin.
“Se a Suécia e a Finlândia se juntarem à NATO, a extensão das fronteiras terrestres da Aliança com a Rússia mais que duplicará”, escreveu Medvedev no Telegram. “Naturalmente, essas fronteiras terão que ser reforçadas”, concluiu.
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As forças de defesa terrestre e aérea teriam que ser “reforçadas substancialmente” e as “forças navais” precisariam ser movidas no Golfo da Finlândia se os dois países se juntarem à NATO, acrescentou.
A declaração do ex-presidente marca uma das declarações mais duras feitas por uma figura pública sobre a possível reação da Rússia a um pedido da NATO dos dois países nórdicos.
A primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, disse esta semana que o país decidirá dentro de "semanas" se deve entrar na NATO. A Suécia também se aproximou de buscar a adesão após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Medvedev disse que a opinião pública destes países estava dividida sobre o assunto e que “nenhuma pessoa sã” iria querer as consequências desse movimento – “aumento das tensões ao longo das fronteiras, Iskanders, armas hipersónicas e navios com armas nucleares literalmente à distância das suas casas”.
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Iskanders são sistemas de mísseis russos com capacidade nuclear.
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A primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, disse na quarta-feira que o país, que partilha uma fronteira de 1.300 quilómetros com a Rússia, e que decidirá entrar na aliança “bem rápido, em semanas, não em meses”, apesar do risco de enfurecer Moscovo.
Também a Estónia, através de Kusti Salm, secretário permanente do Ministério da Defesa, disse que as forças da NATO precisavam aumentar a presença nos Estados Bálticos para evitar a tentação do presidente russo, Vladimir Putin, de realizar novas invasões na Europa.