15 abr, 2022 - 11:00 • Redação com Lusa
A Rússia avisou esta sexta-feira a Ucrânia de que irá aumentar a “escala dos ataques com mísseis” contra Kiev em resposta a incursões ucranianas em território russo.
“O número e a escala dos ataques com mísseis em locais em Kiev irá aumentar em resposta a todos os ataques de tipo terrorista e sabotagem levados a cabo em território russo pelo regime nacionalista de Kiev”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, citado pela agência russa RIA Novosti. A declaração surge um dia depois de a Rússia ter acusado as forças ucranianas de realizarem ataques aéreos a edifícios residenciais em aldeias russas próximas da fronteira com a Ucrânia, que provocaram sete feridos.
O porta-voz militar disse que um dos helicópteros ucranianos utilizados nos ataques foi destruído por um míssil disparado pelo sistema de defesa aérea S-400 ao regressar à sua base na Ucrânia. Meios de comunicação russos dão conta de quatro bombardeamentos junto à fronteira entre a Ucrânia e a Rússia só no último dia.
Guerra na Ucrânia
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A intenção de aumento de escala de ataques contra Kiev sugere uma mudança de abordagem por parte da Rússia, que tinha anunciado, no final de março, que se iria concentrar no leste da Ucrânia, depois de não ter conseguido derrotar os defensores da capital ucraniana.
O porta-voz do Ministério da Defesa disse também que as forças russas destruíram uma instalação de produção de mísseis terra-ar na fábrica de Vizar, perto de Kiev, com um míssil de cruzeiro “Kalibr”. Anunciou ainda que as forças russas mataram “mercenários polacos” no nordeste da Ucrânia, o que pode aumentar as já elevadas tensões entre Moscovo e Varsóvia.
“Um destacamento de mercenários de uma empresa militar privada polaca (...) foi liquidado na aldeia de Izioumske, na região de Kharkiv. Até 30 mercenários polacos foram eliminados”, disse Konashenkov.
Desconhece-se o número exato de mortos na guerra na Ucrânia, iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro, mas diversas fontes, incluindo a ONU, admitem que será consideravelmente elevado. O conflito levou também mais de 4,7 milhões de pessoas a fugir da Ucrânia para países vizinhos, na pior crise do género na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).