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Ex-primeira-ministra diz que com Putin "a Europa está em perigo"

19 abr, 2022 - 09:38 • Lusa

"Alguns pensam que ele é louco, eu não acho. Tem uma mente racional e cínica. Por trás do seu comportamento há um núcleo sombrio", alerta.

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A ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko, líder da Revolução Laranja de 2004, disse que o presidente russo "está a cruzar muitas linhas vermelhas" na Ucrânia, o que coloca a Europa "em perigo".

"A estratégia de Putin é atacar a cidade mais ocidental. Com a guerra, muitas embaixadas mudaram-se para lá, e ele pretende atingir estrangeiros também. São mísseis apontados para o mundo inteiro, essa é a forte mensagem que está a enviar", disse em entrevista ao diário italiano "Republica".

Tymoshenko, 61 anos, que foi chefe de governo por dois mandatos entre 2005 e 2010 sob a presidência de Victor Yushchenko, apoia fortemente o atual presidente, Volodymyr Zelensky, após a invasão russa.

Putin é um bárbaro e fascista que incentivou a eliminação de idosos, mulheres e crianças. Alguns pensam que ele é louco, eu não acho. Tem uma mente racional e cínica. Por trás do seu comportamento há um núcleo sombrio, algo que vem da Idade Média mais sombria”, disse.

De acordo com Tymoshenko, a missão de Putin “é conquistar a Ucrânia".

“Portanto, este é o momento da verdade: deixá-lo fazer ou detê-lo. Mas a vitória não depende apenas da Ucrânia. Os líderes dos países democráticos devem estar unidos contra ele", enfatizou, lembrando que em 2008, quando era primeira-ministra, Putin atacou a Geórgia.

Segundo Tymoshenko, Putin quer voltar às antigas fronteiras, não as da União Soviética, mas as do império russo. “Ele quer aumentar o território e a Ucrânia é apenas o primeiro passo. Ele quer a posse e o controle da uma parte importante do que chamamos de Estados Unidos da Europa", que "no futuro poderá tornar-se uma prisão”, sublinhou.

Mais de 4,9 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde o início da invasão russa, sendo cerca de 90% mulheres e crianças, segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).

A Organização Internacional para as Migrações estima ainda o número de deslocados internos em 7,1 milhões de pessoas.

A Europa não registava um fluxo de refugiados tão grande desde a Segunda Guerra Mundial.

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  • Maria Oliveira
    19 abr, 2022 Lisboa 16:57
    Está certa a antiga primeira-ministra ucraniana. A Europa está a suicidar-se porque Putin não vai parar na Ucrânia. A compra de petróleo e gaz russos está a financiar a guerra. A Europa e, muito particularmente, a Alemanha estão a ser cúmplices de Putin. Virar-se-á contra eles. Infelizmente, e com excepção da Polónia e outros, poucos, não há estadistas à altura.
  • Cidadao
    19 abr, 2022 Lisboa 09:38
    Isso já todos vimos - excepto o PCP e alguns militaresna reserva, comentadores de TV e que desejam uma vitória de Putin - e é por isso que por todo o lado se fazem planos de rearmamento, de independência energética, que há Países que eram neutros e agora querem aderir à NATO, e outros que já sendo da NATO, pedem guarnições permanentes e reforço da presença militar dentro das fronteiras. Putin não conseguirá fazer da Ucrânia uma nova Bielorrússia, ganhou um País inimigo e cheio de ódio pela Rússia às portas de casa - País esse que entrará na UE e até na NATO, pois as garantias Russas hoje em dia nada valem - uma Europa unida contra ele, e restam-lhes os tradicionais falidos da Síria, Bielorrússia, Coreia do Norte, pois Chinas e Indias, acima de tudo, preferem negócios com quem tem dinheiro para pagar. E quando a Europa limitar drasticamente, ou mesmo cessar por completo a importação de carvão, gás e petróleo russos, aí é que vai ser o diabo.

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